Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no 3º trimestre, no entanto, 13,5 milhões de brasileiros ainda são atingidos pela falta de emprego.
Essa é a primeira vez desde o trimestre terminado em abril de 2020 em que a taxa de desemprego ficou abaixo de 13%.
Segundo o relatório do iBGE:
Apesar da queda do desemprego, o rendimento real dos brasileiros encolheu e aumentou o número de trabalhadores subocupados e informais. Já o contingente de trabalhadores por conta própria atingiu número recorde.
Segundo dados revisados da série do IBGE, no trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego era de 13,1%, atingindo 13,9 milhões de pessoas, que foi reponderada, devido a fatores como a mudança na forma de coleta de pesquisa durante a pandemia de Covid-19. Os dados são resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
Em comparação com o 2º trimestre (14,2%), a taxa de desemprego caiu 1,6%, e no 3º trimestre do ano passado, ficou em 14,9%.
Já o número de desempregados caiu 9,3% (menos 1,4 milhão de pessoas) no trimestre terminado em junho (14,8 milhões de pessoas) e caiu 7,8% (menos 1,1 milhão de pessoas) na comparação anual.
As maiores taxas de desemprego foram registradas em Pernambuco (19,3%), Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Alagoas (17,1%), e as menores em Santa Catarina (5,3%), Mato Grosso (6,6%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Rondônia (7,8%).
Desemprego diminui, no entanto, rendimento médio cai
O número de pessoas empregadas está em torno de 93 milhões, o que representa um aumento de 4% (3,6 milhões de pessoas a mais) em comparação ao 2º trimestre e de 11,4% (9,5 milhões de pessoas) frente ao 3º trimestre do ano passado.
No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho
Destacou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE
Mesmo com a redução do desemprego, o rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu 4% frente ao segundo trimestre, principalmente devido à alta da inflação resultante da expansão da oferta monetária feita pelo Banco Central.
No entanto, apesar do relatório do IBGE tentar apontar os trabalhos com vagas de menor remuneração e menos “benefícios” trabalhistas como responsável pela diminuição do rendimento dos trabalhadores, o fato é que foram esses empregos fornecidos pelas pequenas empresas que tiraram um grande contingente de trabalhadores do desemprego, bem como o trabalho informal.
A crise financeira que já dava sinais foi intensificada pelo lockdown, levando várias empresas à falência gerando aumento do desemprego. A recuperação lenta, mesmo diante de uma crise, bem como de novas empresas que ainda estão se estabelecendo no mercado, aponta para uma tímida recuperação da renda para muitos trabalhadores frente ao desemprego a qual muitos estavam sujeitos anteriormente.