“O que nos causa problemas não é o que não sabemos. É o que temos certeza que sabemos e que, ao final, não é verdade.”

Mark Twain

Popularmente, as pessoas conhecem a inflação como um aumento generalizado dos preços. No entanto, na origem, ela vem da palavra “inflar”; e caracteriza-se pela expansão da base monetária através da impressão de papel-moeda ou da reserva fracionária.

E qual a perspectiva de inflação no Brasil?

Com a deterioração do teto de gastos, a inflação está em dois dígitos e as sucessivas crises políticas, o dólar segue em ritmo de crescimento. Porém, o que ainda assusta os brasileiros é a alta da inflação. O temor ultrapassou as expectativas para o governo e o mercado em 2021.

O indicador tornou-se um mal a ser combatido desde que superou o centro da meta, instaurada no início do ano. A meta prevista pelo Banco Central (BC) foi de 3,75% com um intervalo de 1,5% para cima e para baixo, isto é, o tolerável estabelecido seria de 5,25%. 

Mais um motivo para nos preocupar; chegamos acima dos 10% de inflação, sendo que nem acabamos o ano e já atingimos o dobro estipulado pelo BC. 

O medo da população e o mercado compreende de que maneira enfrentaremos essa situação. Olhando os dados de inflação pela América na Trading Economics, podemos examinar apenas Venezuela, 1946%, Argentina, 52,5%, Suriname, 59,8% e Haiti, 12,2%, quanto o Brasil, 10, 25%, passando dos 10% no acumulado de 12 de meses. Por outro lado, no México a inflação acumulada de 12 meses está de ¨6%, Colômbia, 4,51%, Chile, 5,3%, Bolívia com 0,18% até agosto, e o Equador, 1,07%.

Na América latina, somos o terceiro com a maior inflação e mesmo com o mundo todo com a inflação, o Brasil parece ter se afundado num precipício. 

No ano passado, o país terminou o ano apesar da pandemia em 4,52%. Foi o maior índice desde 2016 e naquele ano, havia um cenário de menos instabilidade do que agora. Os preços aumentam e o BC prossegue insistindo em elevar a SELIC (taxa de juros), uma medida que tem se demostrado ser ineficaz em controlar a inflação.

Expectativas para 2022

É cada vez mais provável um cenário para 2022 com o PIB próximo de 0%, inflação acompanhando a alta do dólar e esperar uma possível mudança de governo até 2023 pode ser tarde demais. 

 A boa notícia é que a atual gestão do BC parece ter confiança do mercado e há pessoas de qualidade lá tentando resolver o problema. A má notícia é que existe uma forte possibilidade de aumentar a pressão para amenizar o ajuste dos juros em razão de o próximo ano ser período eleitoral.

O tempo vai dizer se autonomia do BC irá fazer o dever de casa. O que particularmente causa incerteza é se alguém resolve perseguir o pleno emprego, ‘calcanhar de Aquiles’ na lei da autonomia do BC, para desestabilizar o Copom (Comitê de Política Monetária)

A solução para a inflação

A inflação vem corroendo a renda dos brasileiros, por esse motivo o governo está emitindo mais dinheiro de modo a atacar o problema; o choque da oferta da pandemia aumenta a inflação, a política fiscal aumenta a inflação e a política monetária, com juros baixos da  taxa neutra, aumenta a inflação. 

Em outras palavras, quem cria a inflação é o próprio governo quando aumenta a oferta de moeda ao imprimir mais dinheiro ou expandir o crédito, fazendo com que agentes econômicos, a curto prazo, elevem o valor dos preços, e quem paga o preço da inflação é sempre a sociedade, principalmente os mais pobres.

O imposto inflacionário funciona como uma forma de expropriar a riqueza do indivíduo, sem sequer consciência por grande camada da sociedade. Como afirmou  o próprio Keynes ao ver que Lenin tinha razão sobre a inflação para subverter o sistema capitalista: 

“Não há maneira mais sútil nem mais segura de derrubar a base da sociedade do que perverter a moeda. O processo engrena todas as forças ocultas da lei econômica no lado da destruição e o faz de tal forma que nem um homem dentre um milhão é capaz de diagnosticar.” Bitcoin — A moeda na era digital

Por essa razão, a única solução eficaz seria retirar o monopólio da moeda do estado, via criptomoedas. Em contraste com os incentivos da máquina estatal, o ideal é que existisse um limite de impressão de moeda do que não ter nenhum limite.

No entanto, é muita ingenuidade acreditar que com o poder da coerção que possui, o governo se auto-limitasse para proteger o poder de compra da sociedade civil em detrimento do seu próprio poder de compra. Portanto, imposto é roubo, inflação é estelionato, não importa quem está no poder.


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