Leo Lins: a mais nova vítima da ditadura do politicamente correto

Leo Lins censurado

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

O humorista Leo Lins, conhecido pelo seu humor um tanto quanto polêmico, é a mais nova vítima da ditadura do politicamente correto. A pedido do Ministério Público, o Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou a retirada do especial “Perturbador” do humorista de seu canal no YouTube.

O especial havia sido gravado em Curitiba (PR), para aproximadamente 4 mil pessoas. Leo Lins ainda ressaltou que o vídeo do especial no YouTube chegou a marca de 4 milhões de visualizações. No show, o humorista fez piadas com uma série de temas considerados delicados, como racismo, homofobia e perseguição religiosa.

No mesmo dia que ocorreu o banimento do seu vídeo no YouTube, o humorista comentou sobre o caso em sua conta no Instagram:

“Faltam 180 minutos para abrir um precedente perigoso para a comédia, ou melhor, a arte em geral”

https://www.instagram.com/p/CsTvcxbL15g/?igshid=ZWIzMWE5ZmU3Zg==

Leo Lins também afirmou que já acionou seu advogado de defesa e que ele tomará as medidas cabíveis. O humorista também afirmou que a prefeitura só emitiu a ordem de retirada do vídeo após críticas dele à prefeitura de Curitiba.

E mais punições

Mas o Ministério Público, ainda não contente, puniu muito mais. Não somente seu vídeo foi retirado do ar, como o humorista está PROIBIDO de sair da cidade de São Paulo (cidade onde reside) por mais de 10 dias sem autorização judicial.

Além desta punição, o Tribunal de Justiça de São Paulo ainda impôs ao humorista:

  • Proibição de manter, transmitir, publicar, divulgar, distribuir, encaminhar ou realizar download de quaisquer arquivos de vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável“;
  • Proibição de realizar, em suas apresentações, quaisquer comentários” em relação às minorias citadas acima;
  • Obrigação de retirar do ar em plataformas virtuais, sites, redes sociais ou qualquer aplicação de internet arquivos de vídeo, imagem ou texto, com conteúdo depreciativo ou humilhante em desfavor” das minorias citadas;
  • Comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades”;
  • Pagamento de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento das medidas.

Leo Lins é apenas a vítima da vez. O próximo pode ser você

Pode-se perfeitamente repudiar o teor das piadas do Leo Lins, caso você as ache de péssimo gosto ou até mesmo repreensíveis. No entanto, é inegável que Leo Lins está sendo punido por um crime sem vítima, onde não violou os direitos de ninguém. Por mais que as piadas de Leo Lins possam ser consideradas imorais, é inegável que o que está acontecendo com ele é uma injustiça das mais absurdas.

Leo Lins apenas por ter contado piadas está sendo tratado como um criminoso perigoso, como um terrorista. No país da impunidade, onde vários criminosos, até mesmo autores de crimes hediondos como assassinato e estupro estão respondendo por seus crimes em liberdade, um homem está proibido de sair da cidade onde mora por contar piadas.

Até mesmo humoristas politicamente corretos e progressistas, como Fábio Porchat, acharam absurda a medida do Ministério Público. Mesmo eles não podem ignorar que poderão ser os próximos alvos da censura estatal.

Leo Lins pode ser o humorista em questão, mas toda essa situação é a verdadeira piada. E de péssimo gosto. E é o estado quem está rindo de todos nós enquanto isso.

É tudo questão de controle

Como sempre, o estado usa de justificativas para fazer valer sua vontade. E a justificativa da vez é suposta preocupação com as minorias ofendidas por Leo Lins. Afinal, o estado precisa mostrar quem é que manda. Se ele puder dizer quais tipos de piadas você pode contar, logo mais ele poderá decidir cada detalhe sobre sua vida.

Não deixemos que o estado determine como devemos viver nossas vidas.

4 respostas para “Leo Lins: a mais nova vítima da ditadura do politicamente correto”

  1. Avatar de Alexandre
    Alexandre

    É linchamento em praça pública. Falta fazer fogueira e queimar aqueles que ousam fazer rir daqueles que fazem chorar.

    O Bostil está muito atrasado. Devia ser assim na época da inquisição e assassinato de reputação e da vida das pessoas que não estavam de acordo com padrão estabelecido.

    1. Avatar de Juan Pablo Alfonsin
      Juan Pablo Alfonsin

      Escravidão, xenofobia, piadas com deficientes físicos e deboche com a morte de Marielle são alguns dos temas prediletos de Lins.
      Humor tem que ter limites éticos e jurídicos, senão normaliza absurdos como esse aqui:

      “Negro não consegue achar emprego, mas na época da escravidão já nascia empregado e também achava ruim”. (Léo Lins)

      1. Avatar de Rodrigo
        Rodrigo

        O foco do artigo não é a imoralidade das piadas. O foco do artigo é que ele estava em um espaço privado contando essas piadas com consentimento de todas as partes presentes e o dono do espaço. Se alguém não gosta de determinado conteúdo, é só ignorar. O quê alguém que repudia determinado conteúdo faz em um espaço onde ele é apresentado ou consumindo este determinado conteúdo? Só ignorar. Não existe um “direito de não se sentir ofendido”. Mesmo que a fajuta constituição estatal diga que sim

        1. Avatar de Fernanda Pavlov

          Tantas coisas importantes para o Ministério Público se preocupar e buscar uma solução, mas não, a preocupação é um humorista ter feito piadas sobre assuntos considerados “delicados”. Para as pessoas que acharam falta de respeito, preconceito, realmente não entendem o conceito de piada. Se não condiz com seus ideias e gostos, apenas não consuma o conteúdo, simples.

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4 thoughts on “Leo Lins: a mais nova vítima da ditadura do politicamente correto

  1. É linchamento em praça pública. Falta fazer fogueira e queimar aqueles que ousam fazer rir daqueles que fazem chorar.

    O Bostil está muito atrasado. Devia ser assim na época da inquisição e assassinato de reputação e da vida das pessoas que não estavam de acordo com padrão estabelecido.

    1. Escravidão, xenofobia, piadas com deficientes físicos e deboche com a morte de Marielle são alguns dos temas prediletos de Lins.
      Humor tem que ter limites éticos e jurídicos, senão normaliza absurdos como esse aqui:

      “Negro não consegue achar emprego, mas na época da escravidão já nascia empregado e também achava ruim”. (Léo Lins)

      1. O foco do artigo não é a imoralidade das piadas. O foco do artigo é que ele estava em um espaço privado contando essas piadas com consentimento de todas as partes presentes e o dono do espaço. Se alguém não gosta de determinado conteúdo, é só ignorar. O quê alguém que repudia determinado conteúdo faz em um espaço onde ele é apresentado ou consumindo este determinado conteúdo? Só ignorar. Não existe um “direito de não se sentir ofendido”. Mesmo que a fajuta constituição estatal diga que sim

        1. Tantas coisas importantes para o Ministério Público se preocupar e buscar uma solução, mas não, a preocupação é um humorista ter feito piadas sobre assuntos considerados “delicados”. Para as pessoas que acharam falta de respeito, preconceito, realmente não entendem o conceito de piada. Se não condiz com seus ideias e gostos, apenas não consuma o conteúdo, simples.

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