Em entrevista ao UOL, o presidente Lula afirmou que defende a regulação das redes sociais a nível mundial. O petista ainda afirmou que pretende discutir o assunto com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e defendeu que o tema seja debatido pelo G20 —grupo que reúne as maiores economias do mundo.
“Eu acho que a única forma de ter uma regulação é mundial. Não dá para fazer uma regulação apenas no país. Portanto, é preciso que seja um assunto a ser discutido no G20. Porque, veja, o Biden derrotou o [ex-presidente] Trump, mas não derrotou a extrema-direita, ela está viva. Aqui no Brasil, a gente derrotou o [ex-presidente] Bolsonaro, mas ainda é preciso derrotar o bolsonarismo, que é aquele fanático, aquele que acredita em tudo, aquele que ofende as pessoas, aquele que xinga.”
Lula também defendeu que as empresas responsáveis pelas redes sociais respondam pelo compartilhamento de mentiras e notícias falsas.
“Eu não sei como fazer, mas nós vamos tentar estabelecer uma discussão na sociedade brasileira, porque nós temos que responsabilizar um pouco as empresas, sabe? Que fomentam”.
afirmou o presidente
Lula também argumentou que a medida que ele defende não é censura, já que dependeria de apoio popular. Segundo o petista:
"Não é preciso censura. Se a sociedade participar e encontrar um denominador comum de que tal coisa tem que ser brecada pela própria empresa...Não pode publicar uma coisa e apenas dizer 'Isso é mentira'. Se é mentira, não pode ser publicada. Eu acho que sozinho talvez ninguém saiba como fazer, mas se a gente abrir um debate na sociedade, se a gente abrir às pessoas que são especialistas em Internet, se a gente abrir aos meios de comunicação, e a gente fazer uma discussão..."
Não é a primeira vez que Lula defende regulação das redes sociais
Essa não é a primeira vez que Lula defende a regulação das redes sociais. Em julho do ano passado, o petista havia defendido a regulação não apenas das redes sociais, mas também de rádio e TV.
Ele afirmou que queria apenas a “democratização” do discurso, e que a falta de oportunidade para se defender das acusações durante a Operação Lava Jato ajudaram a criar a imagem dele como um criminoso.
No mesmo artigo, Lula nega (assim como agora) que tal medida seja uma forma de censura. Para ele, tal medida seria uma forma de garantir a “democratização” do discurso nos meios virtuais. A mesma afirmação foi reforçada em um artigo publicado no site oficial de Lula.
O mesmo artigo ainda afirma que a internet é para “poucos”, mesmo em um país onde 70% da população possui smartphones e acesso à internet.
Censura como forma de calar a oposição
Por mais que Lula tente negar e venha com justificativas absurdas, o que ele defende, de fato, é censura. É uma violação clara do/a direito/liberdade do indivíduo de se expressar em sua propriedade.
Lula percebeu que a falta de um controle sobre a mídia permitiu que as acusações de corrupção permanecessem sobre ele. E ele não está disposto a correr esse risco novamente.
Apesar de Lula falar em combater as “fake news”, tudo indica que ele irá atacar qualquer informação que ele considere fake news, mesmo quando não seja o caso. Um exemplo disso, é a constante afirmação dele referindo-se as acusações feitas a ele durante a Operação Lava Jato como sendo falsas.
De forma conveniente, Lula e o PT continuam a espalhar informações falsas, como a de que Lula é inocente das acusações de corrupção e a de que Dilma sofreu um “golpe“. Isso não é nada surpreendente, quando se percebe que ele é o parasita-mor favorito do establishment político atual. Ao menos até agora.
No entanto, dessa vez Lula entendeu que um controle das redes sociais seria pouco efetivo sem a colaboração dos governantes do mundo todo. E sabendo que muitos desses governantes – como Biden e líderes de países membros da UE – veem tal controle como algo positivo, é provável que Lula encontre apoio para sua ideia.
Por sorte, é possível que dada a incompetência dos próprios estados essa medida não seja realizada de forma efetiva. No entanto, não é bom subestimar o Leviatã. Para aqueles que pretendem continuar na luta pela liberdade, fazer uso de ferramentas que protejam o anonimato na internet é essencial.
Se você quer saber como garantir sua imunidade à censura estatal na internet, clique aqui e leia nossa série sobre segurança virtual, privacidade e anonimato