Em mais uma demonstração dos perigos da mentalidade coletivista, uma multidão invadiu o aeroporto de Makhachkala em busca de passageiros judeus vindos de Israel. O incidente ocorreu no principal aeroporto da região russa do Daguestão, de maioria muçulmana.
Um popular canal local do Telegram incentivou as pessoas a se reunirem no aeroporto no momento da chegada do voo e os participantes a procurarem todos os judeus que estivessem por lá. Em postagens no canal, foram publicadas capturas de tela do status do voo, os muçulmanos da região incentivados a se reunirem no aeroporto para questionar se os passageiros condenavam Israel e impedi-los de sair caso contrário. Também foi pedido ao membros para que seguissem os passageiros e registrassem suas placas e endereços de hospedagem. O Telegram bloqueou o canal em sua plataforma, com o fundador, Pavel Durov, dizendo que as contas que apelassem para a violência seriam bloqueadas.
Como resultado, um grande grupo cercou um hotel em busca de hóspedes judeus e invadiu o aeroporto depois que surgiram relatos de que um voo de Tel Aviv estava chegando à cidade. Os passageiros foram forçados a se refugiar em aviões ou a se esconder no aeroporto por medo de serem atacados.
Centenas invadiram a pista do aeroporto internacional e cercaram os aviões parados. Os funcionários das companhias aéreas forçaram os passageiros de volta para dentro dos aviões enquanto as multidões se aproximavam das aeronaves. Algumas das placas e cartazes diziam: “Somos contra os refugiados judeus” e “Não há lugar para assassinos de crianças no Daguestão”. A polícia colocou os passageiros em um ônibus que foi perseguido e apedrejado pelos manifestantes.
O aeroporto precisou ser fechado até a retomada do controle. Segundo as autoridades de saúde locais, 20 pessoas, incluindo da força policial destacada, ficaram feridas, incluindo duas em estado grave. Os passageiros do avião estão em segurança. Sessenta pessoas foram detidas, com 150 dos manifestantes tendo sido identificados.
As autoridades religiosas locais sugeriram a evacuação de cerca de 800 famílias judias que habitam o Daguestão. O ocorrido segue outro caso na capital da vizinha república russa de Kabardino-Balkaria, onde um centro judaico em construção foi incendiado.