Pacientes do sistema público de saúde recorrem ao crowdfunding

NHS

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Sistemas públicos de saúde em todo o mundo, mesmo em países desenvolvidos, com frequência enfrentam problemas de superlotação e longas listas de espera. Para piorar, seguros de saúde, em um ambiente altamente regulado, tornam-se cada vez mais inacessíveis. Como resposta, além de opção de liquidar reservas familiares (quando existentes), cada vez mais pessoas estão procurando ajuda em plataformas de financiamento coletivo.

O financiamento coletivo é uma forma de arrecadação de recursos por meio de um grande grupo de indivíduos, o que hoje é feito geralmente pela internet.

Um artigo da CNN internacional relatou o caso de uma menina britânica, Holly Reeves, que necessita realizar uma gastrostomia endoscópica percutânea, pois tem problemas para se alimentar. Esse procedimento consta em inserir um tubo flexível no estômago para a administração de dieta enteral. Mesmo morando em um dos países mais ricos e desenvolvidos do mundo, contudo, o procedimento feito pelo Sistema Nacional de Saúde (NHS) tem fila de espera de até dois anos.

Optando pela realização da forma particular do procedimento, por meio de uma campanha realizada no site de crowdfunding JustGiving, a família não só arrecadou as cinco mil libras necessárias, como ultrapassou a meta estabelecida. A cirurgia será realizada no próximo mês.

Segundo o artigo, apenas por meio do site JustGiving foram levantados $64,7 milhões nos últimos três anos para procedimentos médicos no Reino Unido. A popular plataforma de financiamento compartilhado GoFundMe também está notando um aumento de campanhas em seu site para tratamentos privados de saúde.

Estimativas oficiais recentes mostram que, em janeiro deste ano, a lista de espera para tratamento hospitalar no sistema britânico de saúde pública chegou a 7,2 milhões. Os últimos anos viram o aumento substancial no tempo de espera por atendimentos, bem como greves e postos de trabalho vacantes por más condições de pagamento e salário enfraquecem o sistema.

Outro caso mencionado foi o de James Taylor, que rompeu um ligamento do joelho durante uma partida de futebol pela Harrow Borough. No sistema público, ele teria que esperar um ano pela cirurgia, o que muito afetaria sua carreira. Por meio do GoFundMe, ele foi capaz de levantar metade dos fundos requeridos para a cirurgia.

Campanhas de financiamento desse tipo muitas vezes não chegam aos resultados pretendidos, mesmo sendo sempre de grande ajuda. Para muitos, estão se tornando a única alternativa viável.

Traduzido e adaptado por Gabriel Camargo

Gabriel Camargo

Autor e tradutor austrolibertário. Escreve para a Gazeta com foco em notícias internacionais. Suas obras podem ser encontradas em https://uiclap.bio/GabrieldCamargo

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