Os lockdowns impostos pelo governo da China para atingir a meta de “covid zero” já vem mostrando seus efeitos devastos sobre a economia, além dos impactos negativos diretos sobre os cidadãos.
A insanidade do covid zero
Desde o mês de março, o governo da China vinha endurecendo as medidas de combate à variante ômicron – muita mais contagiosa que as demais – e impondo lockdown em 23 cidades do país, na esperança de conter a doença.
No entanto, a propagação do vírus prossegue, enquanto a população é obrigada a arcar com os custos – tanto sociais quanto psicológicos e econômicos – das medidas insanas do regime de Xi Jinping.
Enquanto isso, a crise econômica se alastra
Desde o início do colapso da Evergrande – empresa que foi subsidiada pela China durante a última década – a China vem enfrentando uma crise principalmente nos setores de energia e construção civil.
Com o lockdown, esse problema se intensificou, principalmente agora, onde desde o início do ano o governo chinês vem impondo severas restrições sobre os indivíduos em nome da meta inalcançável de covid zero.
Devido aos bloqueios, o funcionamento de várias empresas foi interrompido, o que além do prejuízo destas ainda levou a uma crise de abastecimento, incluindo de ítens essenciais, como alimentos e medicamentos.
A população se desespera cada vez mais, se vendo obrigada a sofrer as consequências da insanidade do seu governo. Além de dura repressão contra todos aqueles que contrariarem as medidas ou questionam as decisões do governo chinês, ainda são obrigados a suportar as duras consequências da paralização da economia. O número de pessoas passando fome no país e tendo agravamento dos problemas de saúde vem se tornando alarmante.
Os bloqueios vem sendo aplicados sobre 22 cidades com cerca de 193 milhões de habitantes, o que corresponde a 13,6% da população do país. As empresas que foram paralisadas nestas cidades ainda correspondem a 22% da economia da China.
Esses números podem subestimar significativamente o impacto total, já que muitas outras cidades estão testando em massa distrito por distrito, e a mobilidade foi significativamente restrita na maior parte da China
disse Ting Lu, diretor administrativo e economista-chefe da China para Nomura, importante empresa de investimentos chinesa.
“Os custos econômicos podem ser impressionantes”, continua Lu, e ainda acrescenta que os investidores globais podem estar “subestimando” o impacto da política de zero Covid da China em sua economia e nos mercados.
De acordo com o Banco Mundial e outros bancos, que os danos causados pela política de zero Covid da China à economia estão crescendo.
O Banco Mundial prevê um crescimento econômico para a China este ano de 5%, abaixo dos 8% do ano passado e da meta chinesa de 5,5%.
continuação das políticas de zero Covid da China diante da variante Ômicron prejudicará a atividade econômica na China e terá repercussões negativas no resto da região
disse o Banco Mundial em sua última atualização econômica para a região do Leste Asiático e Pacífico.
Fuga de capitais na China
Desde o mês de março a China vem testemunhando uma verdadeira fuga de capital estrangeiro, totalizando em uma perda de US$ 17,5 bilhões de investimentos.
Para a associação comercial com sede nos EUA, a fuga de capitais de investidores estrangeiros é algo “sem precedentes”, especialmente porque não houve saídas semelhantes de outros mercados emergentes durante esse período.
Segundo George Magnus, associado do China Center da Universidade de Oxford e ex-economista-chefe do UBS:
O apoio da China à invasão russa da Ucrânia foi claramente o catalisador para o capital deixar a China
Isso junto ao aumento da taxa de juros nos EUA pelo FED torna a crise intensificada pelos bloqueios do governo chinês ainda mais intensa. O resultado será uma saída massiva de investimentos de empresas que temem um maior prejuízo caso continuem investindo mas empresas chinesas.
A crise chinesa pode atingir o mercado global, inclusive o Brasil
De acordo com o Banco Mundial, a desaceleração da China é um dos maiores choques enfrentados pelas economias asiáticas este ano, com a guerra na Ucrânia e os aumentos de juros pelo Fed.
Em Xangai, que possui o maior porto de contêineres do mundo, os atrasos nos embarques pioraram devido as restrições do governo, o que colocou mais pressão nas cadeias de suprimentos globais.
Os desligamentos afetam as cadeias de suprimentos de vários ângulos, incluindo fechamentos de fábricas, lentidão nos portos e falta de motoristas de caminhão
disse Zvi Schreiber, CEO da plataforma de reservas de frete Freightos, com sede em Hong Kong.
A previsão é que isso possa causar “pressões inflacionárias extras” sobre bens importados da China.
No caso do Brasil em especial, a crise de pressão da China pode atingir fortemente o país, já que a maior parte de vários produtos de ponta importados em sol brasileiro – como semicondutores – são fabricados na China.
A falta do dispositivos eletrônicos, essenciais para vários setores, foi bastante aguda no final do ano passado, o que fez a indústria automotiva interromper a produção – com o risco do mesmo problema pode ocorrer novamente.
“O risco maior é a inflação no mundo, que já está passando por graves processos inflacionários há dois anos”, destaca Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados. “É agravante de uma crise que já vem há algum tempo”, completou.
De acordo com a do setor relataram dificuldades em conseguir componentes e matéria-prima por falta destes produtos no mercado. Segundo a associação, a maior dificuldade estava em obter itens provenientes da Ásia e já há preocupação da indústria nacional com lockdown em algumas regiões da China. O documento pela entidade não indicava paralisação de produção por conta de escassez de insumos.
A insanidade da busca pelo covid zero só prejudicou os chineses
A busca insana e irresponsável do governo chinês pelo covid zero ao invés de barrar o avanço da doença (o que não está surtindo nenhum efeito) está prejudicando fortemente a população chinesa bem como as empresas locais, levando a estagnação econômica e empobrecimento sua população.
De quebra ainda está prejudicando o mercado global, essencial para a manutenção do bem estar no mundo.
Os efeitos das políticas insanas do covid zero da China são um exemplo do quanto é perigoso deixarmos as decisões sobre nossas vidas nas mãos de políticos e burocratas megalomaníacos.
A insanidade do covid zero da China é apenas uma amostra do quanto as políticas sanitaristas extremistas para conter o covid mais causaram mal que bem e mostra para onde estaríamos caminhando caso elas continuassem.