Diante da crise econômica iminente, o Banco Central Britânico disse aos bancos para aumentar suas reservas de capital. Segundo o BC, eles precisam se preparar para a tempestade econômica que está por vir.
“As perspectivas econômicas globais se deterioraram acentuadamente. As condições financeiras globais como um todo apertaram significativamente”
disse o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey
Segundo o BC, os desdobramentos em torno da guerra na Ucrânia também contribuíram para esse cenário.
O Banco Central ainda afirmou que os credores britânicos estão bem posicionados para resistir até mesmo a uma severa recessão econômica. No entanto, o banco também admitiu que seus índices de capital –ainda fortes– devem cair ligeiramente nos próximos trimestres.
O banco central também disse estar preocupado com a saúde dos principais mercados financeiros.
Segundo ele:
“Em meio à alta volatilidade, as condições de liquidez se deterioraram mesmo em mercados em geral altamente líquidos, como o de Treasuries, gilts e futuros de taxas de juros“
Apesar do relativo otimismo, o Banco Central britânico pode estar subestimando os impactos da crise que está por vir, que poderá atingir em cheio a economia do país, prejudicando fortemente a população britânica.
Os próprios bancos centrais e economistas mainstream admitiram terem sido pegos de surpresa pela alta inflação que cresce cada vez mais no mundo todo. O Banco Central britânico inclusive imprimiu uma grande quantidade de dinheiro em abril de 2020, visando com isso ajudar o país a amenizar a paralização da economia durante a pandemia.
Na ocasião, o economista pós-keynesiano, Paul Krugman, chegou a afirmar que países desenvolvidos podem imprimir dinheiro sem serem impactados por isso. No entanto, por mais que países com maior riqueza sejam menos impactados pelos efeitos da impressão de dinheiro que países mais pobres, eles não estão imunes a isso, como foi bem mostrado nas crises anteriores , inclusive a de 2008.
Entretanto, o conselho que o Banco Central deu aos bancos vale para todos: quem puder, invista em ativos que possam proteger seu poder de compra para a grande crise que está por vir. Economistas mainstream e bancos centrais vinham subestimando a possibilidade de uma crise econômica e muito provavelmente estão subestimando o quão nociva será essa aí está por vir.