Anton Napolsky (33) e Valeriia Ermakova (27), dois cidadãos russos, foram acusados de crimes de contra propriedade intelectual ligados à Z-Library, um repositório online de e-books pirateados.
Os réus foram presos em 3 de novembro de 2022 na Argentina pelas autoridades do país a pedido das autoridades americanas.
Um dia depois, os domínios clearnet da Z-Library (z-lib.org, b-ok.org e 3lib.net) foram apreendidos pelo Departamento de Justiça e pelo FBI, embora o destino dos operadores fosse desconhecido para o público naquela época.
Z-Library foi um dos maiores repositórios de conteúdo escrito público e de livre acesso do mundo, contendo 11 milhões de livros e 84 milhões de artigos em um enorme banco de dados de 220 TB.
Dos dois réus, Napolsky está sobrecarregado por provas, baseadas em registros obtidos do Google e da Amazon, de que ele estava no controle da Z-Library.
“Os réus supostamente operam um website há mais de uma década cujo propósito central era fornecer propriedade intelectual roubada, em violação às leis de direitos autorais”
disse o diretor assistente encarregado do FBI, Driscoll
A Z-Library começou como um projeto gerido por voluntários sem intuito comercial. No entanto, em algum momento, começou a oferecer filiações pagas em troca de recursos premium.
Isto significa que a plataforma teve receita financeira proveniente de sua operação, gerada às custas dos autores e editores dos trabalhos.
Além disso, de acordo com os documentos não selados do tribunal, Napolsky usou a plataforma de publicidade online ‘Google Ads’ para promover a biblioteca Z aos usuários da Internet, tentando ativamente atrair mais audiência para a plataforma pirata.
“Os réus lucraram ilegalmente com o trabalho que roubaram, muitas vezes carregando obras em poucas horas após a publicação, e no processo vitimaram autores, editoras e livreiros.”
Afirmou Procurador da Justiça dos EUA Breon Peace
Z-Library foi alvo de múltiplas ordens de geo-bloqueio por ignorar a propriedade dos direitos autorais, distribuição e direitos de propriedade intelectual.
Entretanto, esses blocos regionais poderiam ser contornados usando ferramentas específicas como VPNs ou acessando a plataforma através de um dos múltiplos domínios alternativos que ela operava.
Como o anúncio do DOJ americano explica, os investigadores descobriram que a Z-Library operava uma rede complexa de 249 domínios inter-relacionados, todos os quais são agora apreendidos pelas autoridades.
Curiosamente, o site Tor da Z-Library permanece disponível no momento da redação deste artigo, indicando como é desafiador rastrear provedores de hospedagem e servidores que mantêm os sites onion online.
Nota libertária: nós libertários não acreditamos em propriedade intelectual e consideramos o trabalho da Z-Library essencial e heróico. Ao invés de criminosos, seus gestores são verdadeiros heróis sendo perseguidos pelas leis harbitrárias estatais. Por sorte, o site baseado na rede Tor permanece em pé. Isso mostra a importância em aderir as ferramentas que nos garantem maior liberdade. Aproveite o tema e leia nossa série sobre Segurança, Privacidade e Anonimato clicando aqui
Artigo escrito Bill Toulas por publicado em Bleeping Computer e traduzido e adaptado por @rodrigo