Em um artigo recente do Gazeta do Povo, é apresentado um cenário nada esperançoso para a economia brasileira. Ao consultar vários economistas das mais diversas instituições, o artigo aponta sinais de uma possível recessão econômica está por vir.
Alta de juros
Entre os fatores apontados pelo artigo como causadores da desaceleração econômica, está a alta de juros. Com isso, vem as condições cada vez mais restritivas para se obter crédito, o que limita o crescimento das vendas.
Some-se a isso o crescente endividamento das famílias. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 30,3% das famílias brasileiras têm contas atrasadas. Este é o maior patamar desde março de 2016, e 79,2% tem dívidas a vencer.
Desaceleração econômica é mais evidente na indústria
O artigo também aponta que um dos setores onde a desaceleração econômica é mais evidente é na indústria. De acordo com o IBGE, a produção teve um encolhimento de 1,1% nos nove primeiros meses deste ano e 2,3% no acumulado de 12 meses.
Ainda segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento, emprego e utilização da capacidade instalada teve tecuo em setembro. Para o banco MUFG, a combinação das condições mais apertadas para se obter crédito, junto a alta taxa de juros em meio a um aumento de endividamento das famílias, levará a uma demanda mais fraca de bens mais caros, como veículos, eletrônicos e eletrodomésticos.
Isso está totalmente de acordo com a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos (TACE). Segundo a TACE, a expansão da oferta monetária sem uma poupança prévia leva a uma expansão da economia que só poderia ser sustentada em situações normais por uma poupança prévia dos recursos.
(Para um entendimento melhor da Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos, leia este artigo do economista austríaco Ludwig von Mises)
Mais sinais de desaceleração econômica
Além da indústria pesada, outros setores da economia também vem sentindo o impacto da desaceleração econômica. O setor de serviços, mesmo sendo o com a melhor performance, já está com um crescimento muito abaixo dos níveis anteriores a pandemia.
O varejo também se encontra em uma situação mais favorável que o da indústria pesada. No entanto, mesmo ele vem sofrendo uma contratação, com uma queda em suas vendas de 0,7% nos últimos 12 meses.
Expectativas
Para economistas, a estimativa para 2023 é incerta. Isso principalmente devido as dúvidas sobre a condução da política fiscal que o novo presidente, Lula, irá tomar.
A proposta de emenda à Constituição (PEC) para excluir o Bolsa Família do teto de gastos e declarações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, repercutiram mal no mercado.