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O cargo de presidente do TSE de Alexandre de Moraes irá encerrar em 2024. Mas se engana quem acha que com isso ele perderá seus poderes sobre a entidade. Como carta na manga, Moraes tem nomes para indicar para as duas vagas de ministro que estão disponíveis no TSE.

As vagas que estarão livres na próxima semana atualmente são ocupadas pelos ministros Carlos Horbach e Sérgio Banhos. Apesar da palavra final sobre quem irá substituí-los caber ao presidente da República, Moraes tem grande peso sobre a decisão, já que ele na condição de presidente do TSE é que irá apresentar a lista ao presidente.

E obviamente serão pessoas alinhadas aos seus posicionamentos. Mais precisamente aqueles que votarão junto à ele pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo um magistrado entrevistado pelo jornal O Globo:

“Moraes quer usar as listas para controlar o TSE, manter a esfera de influência e seguir com o tribunal na mão dele, mesmo depois que sair”

Entre as possíveis indicações de Moraes para ministros do TSE, está o advogado Floriano de Azevedo Marques, professor da USP e seu amigo há cerca de 40 anos. Outro possível candidato é o Fabrício Medeiros, que também possui bastante proximidade com Moraes.

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Fazendo do TSE o seu quintal

Desde que assumiu a presidência do TSE, Moraes vem impondo seu poder para fazer valer seus interesses políticos. Na verdade, junto de grande parte dos juristas, ele já vinha intervindo em questões referentes ao Executivo para fazer valer sua vontade.

Apenas para os iludidos com o discurso de “defesa da democracia”, Moraes não age com interesses políticos. E isso se tornou mais evidente desde a eleição de Bolsonaro que não favoreceu o estamento burocrático. Ao menos não como se esperava. Se bem que a única exceção foram as Forças Armadas, parte da base de apoio do ex-presidente.

Após assumir cargo de presidente do TSE, Moraes passou a ter um poder maior sobre os rumos das eleições, poder esse que ele fará questão de exercer por meio dos seus indicados somado aos ministros da qual ele já recebe apoio.

E como já está claro para os que não são iludidos com o discurso de “defesa da democracia”, toda a manipulação feita pelos juristas até agora, desde a soltura de Lula até o silenciamento de qualquer oposição, fazem parte do plano de manter no poder alguém mais submisso aos interesses do estamento burocrático.

E o próximo passo para isso será garantir que as próximas eleições ocorram de acordo com os interesses de Moraes e o restante da elite político-burocrática. E obviamente se espera que essa eleições devam eleger os candidatos subservientes à essa mesma elite.

E isso explica a jogada de Moraes em colocar pessoas alinhadas ao seu interesse no TSE, onde por meio destes irá governar de fato, mesmo que não de jure.

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