Nesta semana, ocorreu mais um ataque à taxa básica dos juros mantida pelo Banco Central por parte do governo Lula. E dessa vez o ataque veio do vice-presidente, Geraldo Alckmin. A fala do vice-presidente sobre os juros foi proferida durante seu discurso no seminário internacional Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável, no Palácio do Itamaraty, realizado nesta segunda-feira.
“Eu acho que as coisas estão caminhando bem. Inflação em queda, câmbio competitivo, reforma tributária aprovada na Câmara, marco fiscal encaminhado… Só faltam os escandalosos juros caírem, e aí nós vamos ter uma geração de emprego ainda mais forte”
afirmou o vice-presidente
Atualmente, a taxa Selic (que é a taxa básica de juros estabelecida pelo Banco Central) está em 13,75% ao ano. Segundo dados do boletim Focus, a expectativa do mercado é que haja redução gradual da taxa Selic a partir de agosto, chegando a 12% ao fim de 2023.
Ataques do governo Lula à Selic
Alckmin não foi o primeiro do governo Lula a atacar a taxa Selic do Banco Central. Lula e outros ministros e membros do PT já haviam feito ataques similares. Mas todos estes ataques são motivados pura e simplesmente pela indignação pelo Banco Central não estar “colaborando”.
Como o governo Lula anda mal, ele precisa desesperadamente de um boom artificial de geração de empregos por meio de maus investimentos. E isso só é possível baixando artificialmente a taxa de juros. E como o Banco Central resolveu não colaborar, se tornou um dos principais alvos de ataque de Lula e seus associados. Senão o principal.
Juros escandalosos?
Por mais que Alckmin junto ao governo Lula e ao PT acusem os juros básico atual de “escandaloso”, a verdade é que a taxa atual está impedindo que um boom de falsa prosperidade seguido por um agravamento da crise se instaure. Como bem mostrou o economista austríaco Eugen von Böhm-Bawerk em sua obra ‘Capital e Juros‘, a taxa de juros é uma relação entre bens presentes e bens futuros.
Isso acontece porque há uma relação proporcional entre o dinheiro que está sendo poupado agora e sendo disponibilizado para crédito e a demanda por esse crédito. Quanto maior a poupança atual, menor a taxa de juros. Quanto menor a poupança atual, maior a taxa de juros.
Por outro lado, ao pouparem dinheiro por meio da abstenção do consumo, os consumidores estariam liberando recursos que poderiam ser usados na produção de bens mais urgentes para esses. Bens estes cuja a produção nas circunstâncias antes da poupança não seria viável.
Uma redução artificial da taxa de juros levaria as empresas a investirem em empreendimentos que nas atuais circunstâncias não seriam viáveis, já que não estaria havendo uma poupança que os viabilizasse. Haveria apenas uma redução artificial de juros seguida por impressão de papel moeda sem um aumento correspondente da riqueza.
Resultado? Um boom de falsa prosperidade seguido pela liquidação dos maus investimentos realizados durante esse boom que desencadearam uma piora na atual crise econômica. No entanto, como Lula e seu governo não possuem nenhum compromisso com a verdade, mas apenas com o populismo barato, não estão nenhum pouco preocupados com isso.
Uma resposta para “Alckmin afirma que “só faltam os juros escandalosos caírem””
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As cidades fantasmas na China é um bom exemplo desse populismo.
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