O diretor alemão de cinema, Werner Herzog, defendeu o uso de pirataria na última terça-feira (16), durante o festival de cinema Visions in Nyon, na Suíça. Segundo o site Independent, depois do produtor ucraniano Illia Gladshtein dizer a Herzog que só conseguia encontrar o filme do diretor em sites de torrent ilegais, Herzog respondeu afirmando que “a pirataria tem sido a forma de distribuição de maior sucesso no mundo”.

Herzog, que já dirigiu mais de 60 filmes, compareceu ao festival para receber o prêmio Maitre du Réel pelo conjunto de sua obra, e aproveitou a ocasião para comentar que preferia quando as pessoas o pagavam por seus filmes, mas que, se alguém não consegue encontrar seu trabalho na “Netflix ou na TV estatal, então vá e o acesse como um pirata”.

E disse mais:

Se alguém como você rouba meus filmes pela internet ou qualquer outra coisa, tudo bem, você tem minha bênção

Estudos sobre o impacto da pirataria

De acordo com várias pesquisas, a pirataria não impacta negativamente nas vendas de filmes. Uma empresa holandesa havia apresentado em 2015, um relatório de 304 páginas à Comissão Europeia que não encontrou evidências de que a pirataria prejudicava as vendas (a UE parece ter suprimido os resultados do estudo, apesar de ter pagado US$428 mil por ele).

Um outro estudo, realizado por pesquisadores das Universidades de Houston e Western Ontario e publicado em janeiro de 2019, sugere até mesmo que pirataria pode beneficiar os artistas. A pesquisa descobriu que filmes que são vazados na rede quando o mesmo ainda está sendo exibido nos cinemas, podem inclusive despertar interesse e aumentar as arrecadações com a bilheteria.

Cineasta critica redes sociais

Cineasta por trás de Encontros no Fim do Mundo e Fitzcarraldo, Herzog é conhecido por compartilhar seu conhecimento e curiosidades sobre tecnologia em eventos de cinema, como no Sundance, em 2016.

No mesmo evento, o diretor criticou o Twitter, e disse que:

O que é que te impressiona sobre 100 mil tuítes, 100 mil estupidezes em 140 caracteres? Herzog “Nunca vi um tuíte sequer que eu achasse interessante.

Na época, Herzog também comentou que, em certo momento, ele havia desligado seu celular durante um ano, para evitar as redes sociais. Ele diz: “O que mais me assusta? A estupidez.”, afirmou. Explicando seu raciocínio ao acrescentar que ele achava que ver todos os comentários da internet revelaria um “despido e enorme ataque de estupidez.”

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