Neste domingo (7), a Nicarágua realiza eleições para presidente, apesar dos grandes protestos populares de 2018 contra o ditador Daniel Ortega, o mesmo terá “vitória garantida”, com mais um mandato ao lado de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.
Daniel Ortega, 75 anos, é um ex-líder guerrilheiro da Revolução Sandinista, que havia derrubado a ditadura de Anastasio Somoza em 1979. Ele liderou o governo socialista da Frente Sandinista de Libertação Nacional na Nicarágua enquanto o país combatia o grupo de rebeldes Contras, apoiados pelos EUA.
Ortega deverá ser eleito para o quarto mandato consecutivo, já que todos os seus opositores foram mandados para prisão.
Ao todo foram presos cerca de 30 opositores, incluindo sete candidatos à presidência. Ortega pavimentou o caminho para um quarto mandato consecutivo e prolongou sua trajetória como presidente com mais tempo no poder no continente americano.
Meses antes eleição, houve aumento de perseguição contra empresários e jornalistas independentes no país centro-americano, o que levou a invasão e fechamento de vários jornais.
Em uma pesquisa recente, realizada pelo CID-Gallup, é indicado que apenas 19% dos nicaraguenses votariam em Ortega caso ele concorresse à presidência com qualquer candidato da oposição. Ativistas incentivaram os eleitores a boicotar as eleições.
Segundo alguns analistas, como o analista político Enrique Sáenz, do Washington Post, o boicote de nada adiantaria. Segundo ele:
As autoridades irão dizer no domingo à noite que o comparecimento foi extraordinário e que Ortega venceu com uma montanha de votos