Ativistas estão sendo perseguidos pelo governo de Hong Kong, mesmo após terem fugido para o exterior. O atual chefe do executivo de Hong Kong, John Lee, leal a Pequim, prometeu uma vida inteira de perseguição para oito ativistas pró-democracia que fugiram do território para escapar das acusações de violação da segurança nacional. As autoridades colocaram uma recompensa de HK$ 1.000.000 para quem ajudar a localizá-los, valor oito vezes maior que o pago para casos de estupro de crianças.

Os atuais alvos são os ex-legisladores Dennis Kwok e Ted Hui, o advogado Kevin Yam, os ativistas Nathan Law, Finn Lau, Anna Kwok e Yuan Gong-yi, bem como o sindicalista Mung Siu-tat; atualmente no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália, países que não possuem tratado de extradição com a China.

Finn Lau, atualmente no Reino Unido, declarou se sentir ameaçado e preocupado com sua segurança. Os dissidentes são acusados de violar a Lei de Segurança Nacional da China, o que acarreta uma pena de prisão perpétua. Em 2020, Finn Lau foi espancado por três homens mascarados em Londres, ataque que ele atribui ao PCC (Partido Comunista Chinês).

A embaixada chinesa em Londres afirmou que o Reino Unido está oferecendo abertamente proteção aos fugitivos, interferindo nos assuntos internos da China e dificultando a aplicação de medidas legais e constitucionais. A China demanda que países estrangeiros cessem sua interferência na proteção e defesa de ativistas pró-democracia.

Cidadãos e ativistas no estrangeiro são ameaçados e coagidos pela vasta rede de delegacias de polícia chinesa que atuam ao redor do mundo, incluindo no Brasil. Policiais chineses também já participaram de rondas conjuntas com forças de outros países. Alguns estados estão implementando medidas para cessar as operações ilegais dessa rede, que também opera sem o consentimento do país na qual é implantada. A Gazeta Libertária publicou um artigo mais aprofundado sobre o assunto, que pode ser encontrado aqui.

Atualmente, Hong Kong é uma região administrativa especial da China. Os protestos pró-democracia de 2019 foram utilizados como justificativa para a Lei de Segurança Nacional. Muitos ativistas fugiram de Hong Kong nos últimos anos, quando o governo começou a prender dissidentes por expressarem oposição a Pequim. Em vigor desde 2020, a Lei de Segurança Nacional já resultou na prisão de 260 pessoas.

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