O presidente Lula agora pretende reformular até mesmo a ciência econômica. Em um discurso proferido nesta segunda-feira (20), o petista afirmou que é preciso “arejar” a cabeça e que os cursos de economia precisam mudar e diferenciar custo, gasto e investimento.

A declaração ocorreu durante o relançamento do programa Mais Médicos, no Palácio do Planalto, e em meio à discussão sobre a nova regra fiscal.

“O Mais Médicos voltou, porque a saúde não pode ser refém do teto de gastos, dos juros altos ou dos cortes orçamentários em nome de um equilíbrio fiscal”, afirmou o petista.

Lula também reclamou que toda vez que discute os gastos com serviços públicos, alguém da área da economia aparece para dizer que são gastos.

“Não se pode tratar educação como gasto, a saúde como gasto, porque não tem investimento maior do que salvar uma vida”

disse

E continua:

“Qual é o preço que você paga de não cuidar das pessoas na hora certa? Aliás, o Brasil é especialista nisso, toda vez que a gente vai discutir um avanço social, aparece alguém da área econômica para dizer que é gasto, [que] a gente não pode mais gastar, [que] não tem como gastar”

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), publicou uma mensagem nas redes sociais no sábado (18) endossando o discurso do presidente. Ela defende que a proposta de um novo marco fiscal seja flexível em relação a certos gastos.

Hoffman afirma que mesmo que seja verdade que a economia crescerá menos este ano (segundo indicadores divulgados pelo governo), será “necessário” aumentar os investimentos públicos. Ela conclui afirmando que em momentos assim, a política fiscal tem de ser contracíclica, expansionista.

As leis da economia são uma pedra no sapato de Lula

Para qualquer um versado em economia, as falas de Lula e Hoffman soam como um completo absurdo. Mas para aqueles que conhecem bem o PT, não há nenhuma surpresa no que eles disseram. Eles simplesmente não ligam para o que é economicamente viável ou não.

O comprometimento do PT é o de sempre: vender a ilusão de melhoria para os mais pobres. E isso não importando os custos que irão pesar para a população. Inclusive a camada mais pobre, que Lula tanto diz defender.

Se Lula e o PT realmente quisessem o bem-estar dos pobres, eles reduziriam a carga tributária que pesa sobre eles, ao invés de aumentá-la. Afinal, uma maior carga tributária irá implicar em uma menor produção, e consequentemente menor oferta de bens e preços mais altos. Além da menor oferta de empregos.

Alguém poderia argumentar que Lula ignora noções básicas de economia. Mesmo isso sendo verdade, esse não é o fator determinante para sua postura antieconômica. Como todo político (ainda mais um populista como ele) há incentivos para mais gastos, que irão também beneficiá-lo. Não só financeiramente, mas também politicamente.

Sendo ele um expropriador das pessoas produtivas, seria demais esperar algo diferente.

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