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As autoridades do Paquistão pretendem proibir todos os serviços on-line baseados em criptomoedas, apesar dos investimentos significativos em ativos digitais feitos pelos paquistaneses. A decisão ocorre no momento em que as autoridades governamentais de Islamabad assumem uma posição firme contra a legalização de criptomoedas como o bitcoin.
Criptomoedas ‘nunca serão legalizadas no Paquistão’, diz ministro aos senadores
O governo do Paquistão anunciou na quarta-feira, segundo uma mídia local, sua decisão de suspender os serviços de criptomoeda oferecidos on-line no país. Um dos objetivos declarados da medida é evitar transações ilegais com ativos digitais.
O Banco Estatal do Paquistão (
SBP) e o Ministério da Tecnologia da Informação já começaram a trabalhar para proibir as criptomoedas, revelou a Ministra de Estado das Finanças, Aisha Ghaus Pasha, durante uma reunião do Comitê Permanente de Finanças e Receitas do Senado.
A criptomoeda “nunca será legalizada no Paquistão”, insistiu Pasha, citada pelo jornal News International. Ela citou os requisitos da Força-Tarefa de Ação Financeira (FATF), o órgão internacional que combate a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, que o país deve cumprir.
De acordo com o jornal paquistanês, o funcionário do governo estava se referindo aos possíveis riscos para o Paquistão após sua remoção da “lista cinza” da FATF no outono passado. O país estava na lista desde 2018 devido a “deficiências estratégicas relacionadas ao financiamento antiterrorista”. Pasha foi citado como tendo afirmado:
Apoiando sua posição, o diretor da SBP, Sohail Jawad, acrescentou que as transações de criptomoedas são altamente arriscadas e, portanto, nunca serão permitidas no Paquistão. Ele também apontou para o grande número de moedas existentes hoje e destacou que o mercado de criptografia de US$ 2,8 trilhões encolheu para US$ 1,2 trilhão.
O funcionário do SBP também abordou as preocupações sobre os bilhões de dólares que os paquistaneses já investiram em ativos criptográficos. Ele disse que a Agência Federal de Investigação (FIA) do país e a Unidade de Monitoramento Financeiro (FMU) estão trabalhando nisso, mas não entrou em detalhes.
O Paquistão viu um boom no comércio e na mineração de criptomoedas antes de o governo proibi-los em abril de 2018, observou a publicação. No entanto, ambas as atividades continuam no país, apesar das tentativas do governo de impedi-las.
Os verdadeiros motivos da proibição
O estado paquistanês como qualquer outro estado sempre usando de justificações falaciosas para proibir as criptomoedas. Afinal, a adesão em massa às criptomoedas é uma ameaça ao monopólio do estado sob a emissão e circulação de moeda, e consequentemente de suas receitas derivadas disto.
É verdade que há casos de financiamento de terrorismo por meio das criptomoedas, bem como golpes usando as mesmas como fachada. Mas como este artigo bem aponta, isso está longe de ser algo predominante no meio cripto. A propósito, as moedas fiduciárias são as mais utilizadas nestas atividades.
As criptomoedas são grande chance das massas escaparem da espoliação do estado. E os estados não irão aceitar isso facilmente.
Artigo escrito por Lubomir Tassev, publicado em News.Bitcoin.com e traduzido e adaptado por @rodrigo
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