Manifestações por melhorias sociais revelam a profundidade da crise econômica na Argentina

Manifestantes pedem combate ao desemprego, à fome e à inflação na Argentina

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

“Como é bom ter um presidente”. Ao menos era isso que se dizia bastante aqui no Brasil entre as pessoas mais à esquerda sobre Alberto Fernandez, atual presidente da Argentina. Muitos esquerdistas “invejavam” a Argentina por ter um presidente que defendia pautas caras à esquerda política.

No entanto, as contas das políticas socialistas irresponsáveis estão pesando na população. E mesmo assim os esquerdistas argentinos ainda não aprenderam a lição, e estão clamando à Alberto Fernandez para dobrar as mesmas políticas que estão arruinando a economia do país.

Protestos por melhorias sociais

Na última quarta-feira (17), vários manifestantes mais à esquerda protestaram em Buenos Aires, Argentina, exigindo melhorias sociais. Dentre as exigências, estavam mais empregos, melhores salários e combate a fome e pobreza. Os protestos ocorreram em meio a maior crise econômica da Argentina, com uma inflação de mais de 100% ao ano.

Entre os manifestantes, estão trotskistas, peronistas dissidentes do governo e passando por apoiadores do Papa Francisco, que exibiam cartazes com mensagens como “Chega de fome e ajuste” e “Rejeitamos o ajuste do FMI”.

Culpa do FMI?

Os esquerdistas em protesto culparam o Fundo Monetário Internacional (FMI) pela situação do país. Os militantes alegaram que as condições para os empréstimos feitos pelo FMI à Argentina foram responsáveis pelo agravamento da crise econômica do país.

Dentre as condições impostas pelo FMI, estava a meta de pelo menos 1,9% de débito fiscal sobre o PIB do país. Para os grupos que defendem maiores déficits fiscais por parte do governo, tal medida impede que o governo obtenha receitas para políticas públicas.

O FMI de fato merece repreensão por uma série de motivos, principalmente por ser uma organização estatal cuja ajuda financeira ajudou diversas ditaduras e possibilitou que vários governos aplicassem diversas políticas econômicas ruins. Um exemplo disto, é o desestímulo ao uso de criptomoedas na Argentina como parte as condições para o último empréstimo que Fernandez obteve da entidade.

Por outro lado, é completamente falacioso atribuir à austeridade fiscal o agravamento da crise econômica do país. São justamente as gastanças políticas, mesmo com uma economia fraca demais para subsidiá-las e políticas socialistas que saíram pela culatra, como controle de preços e impressão massiva de dinheiro, que afundaram a economia da Argentina ainda mais.

O negacionismo econômico por trás da acusação contra a austeridade fiscal como responsável pela crise é baseado no embuste conhecido como Teoria Monetária Moderna, que já abordamos aqui em diversos artigos, como esse e esse.

Leia também: BNDS vai financiar exportações para a Argentina. E você vai pagar por isso

Esquerda argentina pretende persistir no erro

Mesmo após todas as políticas socialistas de Alberto Fernandez e Christina Kirshiner terem levado a economia da Argentina a uma verdadeira catástrofe, a esquerda do país ainda insiste na defesa dessas mesmas políticas. Na verdade, defendem até mesmo uma radicalização delas.

E o que se seguirá como consequência destas mesmas políticas socialistas nós já sabemos: inflação, aumento da pobreza, desemprego. E a esquerda argentina enquanto não aprender a raiz dos problemas do próprio país continuarão a dobrar a aposta.

2 respostas para “Manifestações por melhorias sociais revelam a profundidade da crise econômica na Argentina”

  1. Avatar de Juan Pablo Alfonsin
    Juan Pablo Alfonsin

    O empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina em 2018 excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento que o país teria com o órgão financeiro. Esta foi uma das conclusões do relatório da Auditoria Geral da Nação (AGN), divulgado na noite desta quarta-feira (17/05), que aponta uma série de irregularidades no processo de empréstimo acordado com o governo do ex-presidente argentino Mauricio Macri (Proposta Republicana).

    Mais do que uma dívida, é um crime. O relatório da Auditoria Geral da Nação demonstra que o empréstimo do FMI tomado por Macri violou a lei argentina e deve ser investigado com todo o peso da Justiça.

    A AGN de Argentina aprovou por maioria um relatório sobre as irregularidades no empréstimo que o FMI concedeu ao governo de Mauricio Macri (2015-2019), o qual excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento do país.

    A auditoria assinalou que o empréstimo impactou “de maneira adversa na estrutura da dívida e seus riscos”.

    Entre as irregularidades identificadas pela auditoria figuram a “falta de autorização de endividamento”, a “inexistência do parecer do Banco Central da República Argentina” e a “assinatura do acordo por funcionários sem poderes legais para fazê-lo”.

    O relatório aponta que quase 30% dos gastos do FMI foram utilizados para “financiar a saída de capitais financeiros”.
    ====================================
    Parem de omitir a verdade, seus anarco-mentirosos!

    1. Avatar de Rodrigo
      Rodrigo

      “Anarco-mentirosos”

      Engraçado, lembro do artigo falar explicitamente dos erros do FMI, Mas parece que vc esqueceu esse detalhe. Quem é o mentiroso mesmo? Se eu realmente fosse, não teria nem divulgado esse seu comentário. Se não prestou atenção ao texto, o que foi enfatizado é que os juros altos e o empréstimo exorbitante feito pelo Macri (sim, criticamos políticos em geral. Dê uma passeada em nossa sessão sobre política) sozinhos não são o responsável pela crise econômica da Argentina. A propósito, a justificativa do Macri para tomar esse empréstimo exorbitante foi justamente a dívida pública que o país já tinha e a crise em que estava afundado no governo anterior de Cristina Kirchner. Mas parece que a esse detalhe vc não se atentou, não é mesmo?

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2 thoughts on “Manifestações por melhorias sociais revelam a profundidade da crise econômica na Argentina

  1. O empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina em 2018 excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento que o país teria com o órgão financeiro. Esta foi uma das conclusões do relatório da Auditoria Geral da Nação (AGN), divulgado na noite desta quarta-feira (17/05), que aponta uma série de irregularidades no processo de empréstimo acordado com o governo do ex-presidente argentino Mauricio Macri (Proposta Republicana).

    Mais do que uma dívida, é um crime. O relatório da Auditoria Geral da Nação demonstra que o empréstimo do FMI tomado por Macri violou a lei argentina e deve ser investigado com todo o peso da Justiça.

    A AGN de Argentina aprovou por maioria um relatório sobre as irregularidades no empréstimo que o FMI concedeu ao governo de Mauricio Macri (2015-2019), o qual excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento do país.

    A auditoria assinalou que o empréstimo impactou “de maneira adversa na estrutura da dívida e seus riscos”.

    Entre as irregularidades identificadas pela auditoria figuram a “falta de autorização de endividamento”, a “inexistência do parecer do Banco Central da República Argentina” e a “assinatura do acordo por funcionários sem poderes legais para fazê-lo”.

    O relatório aponta que quase 30% dos gastos do FMI foram utilizados para “financiar a saída de capitais financeiros”.
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    Parem de omitir a verdade, seus anarco-mentirosos!

    1. “Anarco-mentirosos”

      Engraçado, lembro do artigo falar explicitamente dos erros do FMI, Mas parece que vc esqueceu esse detalhe. Quem é o mentiroso mesmo? Se eu realmente fosse, não teria nem divulgado esse seu comentário. Se não prestou atenção ao texto, o que foi enfatizado é que os juros altos e o empréstimo exorbitante feito pelo Macri (sim, criticamos políticos em geral. Dê uma passeada em nossa sessão sobre política) sozinhos não são o responsável pela crise econômica da Argentina. A propósito, a justificativa do Macri para tomar esse empréstimo exorbitante foi justamente a dívida pública que o país já tinha e a crise em que estava afundado no governo anterior de Cristina Kirchner. Mas parece que a esse detalhe vc não se atentou, não é mesmo?

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