A Receita Federal informou que está usando Inteligência Artificial para monitorar as transações com criptomoedas. A RF informou que possui um completo sistema de análise para monitorar o mercado de criptomoedas, podendo detectar transações consideradas “suspeitas”. Segundo o órgão, com tais ferramentas é possível acompanhar onde as transações estão sendo realizadas.
“COM ESSES SISTEMAS, É POSSÍVEL ACOMPANHAR, POR EXEMPLO, ONDE ESTÃO SENDO REALIZADAS AS NEGOCIAÇÕES, CONFORME EXEMPLO DO MAPA A SEGUIR QUE APONTA, INCLUSIVE AS LOCALIZAÇÕES DAS PESSOAS FÍSICAS QUE COMPRAM E VENDEM CRIPTOMOEDAS.”
A RF também informou que já está usando técnicas modernas de processamento de dados, inteligência artificial e análise de redes complexas. “Essa ferramenta acaba de ganhar nova funcionalidade desenvolvida para representar relacionamentos entre operadores, o que deve facilitar uma análise na busca de irregularidades tributárias”, finaliza o texto.
Em suas redes sociais, a RF publicou um vídeo com mais detalhes sobre o comportamento dos investidores de criptomoedas brasileiros, assim como também sobre suas ferramentas de análise.
Bitcoin sendo superado pelas stablecoins?
Em meio ao monitoramento das movimentações de criptomoedas, a RF identificou uma mudança no perfil dos investidores de criptomoedas brasileiros. Em um relatório publicado na quarta-feira (25), a RF informou que as stablecoins estão se popularizando a ponto de superar a adesão ao Bitcoin, principal criptomoeda do mundo.
A RF informa que apesar do Bitcoin ter sido dominante até meados de 2022, seu posto foi perdido para as stablecoins, principalmente a Tether (USDT). De acordo com os dados mais recentes, o volume de negociações de USDT já é quase o dobro do volume de BTC.
Uma vez que a USDT é pareada ao dólar americano, enquanto o lastro deste é garantido majoritariamente por títulos do Tesouro americano, a stablecoin se tornou uma maneira fácil de obter exposição à economia dos EUA. E isso preocupa a RF, já que essa mudança pode ter “implicações significativas no cenário tributário e regulatório das criptomoedas no país.”
A Receita Federal também cita o Fórum Econômico Mundial, que alerta que stablecoins podem oferecer riscos maiores do que criptomoedas voláteis como o Bitcoin. O FEM teme que elas possam ser uma ameaça ao Real por terem uma maior aceitação no comércio. Basicamente, o receio da FEM e da RF é que os investidores de criptomoedas possam escapar do fisco brasileiro.
Também importante salientar que a informação do FEM está desatualizado, já que o Bitcoin está cada vez menos volátil.
Moda passageira?
Apesar da preocupação da RF, o mais provável é que a popularização das stablecoins seja apenas mais uma moda passageira na comunidade cripto. Assim como outros ativos meramente especulativos que tiveram um boom seguido de uma drástica queda, o mesmo ocorrerá também com as stablecoins. Enquanto isso, o Bitcoin segue como a mais bem sucedida criptomoeda e com ascensão constante à longo prazo.
Investidores cripto precisam se preocupar com a IA?
A RF está investindo fortemente nas ferramentas baseadas em IA para monitorar transações de criptomoedas no Brasil e garantir que nada escape ao fisco. No entanto, tal monitoramento é apenas possível graças ao fornecimento de dados dos investidores de criptomoedas por parte das exchanges. Aqueles que transacionam de forma anônima, fazendo uso do método P2P, DEX e wallets com privacidade reforçada, e que não fazem uso de nenhuma exchange, não precisam se preocupar em ser alvos de tal monitoramento.
Neste momento a máxima tão falada no meio cripto “exchange não é carteira”, deve sempre ser lembrada.