Se alguém pedir direito de resposta a esse artigo, ele será negado. Porém, se o TSE e o STF decidirem o contrário, acataremos. Afinal, quem pode manda, quem tem juízo obedece.

As eleições de 2022 tem nos mostrado uma nova compulsão política: o direito de resposta. Qualquer motivo bobo toma ares de urgência judicial ao ser solicitado como direito de resposta.

No último debate presidencial, antes do 1° turno das eleições do presente ano, realizado na TV Globo, houve uma avalanche de solicitações a direitos de respostas. Lula e Bolsonaro deixaram suas crianças internas se divertirem no playground.

A situação era mais ou menos assim: Lula é ladrão, dizia Bolsonaro. Lula exercia seu direito de resposta afirmando que Bolsonaro era mentiroso. Bolsonaro solicitava direito de resposta para dizer que Lula mentia ao dizer que ele, Bolsonaro, era mentiroso.

Houve um momento em que não sabíamos mais quem estava respondendo quem e sobre qual tema falavam. Bolsonaro chegou a pedir direito de resposta quando sequer havia sido mencionado.

Esse vício se estendeu para além dos debates televisivos desses candidatos. Nas campanhas do 2° turno, Bolsonaro responderá Lula 14 vezes, e Lula responderá Bolsonaro 184 vezes, durante as propagandas veiculadas na TV.

Parece que o direito de resposta se tornou um fetiche, igual a “obrigatoriedade”, por parte das celebridades do momento, de manifestar opinião nas redes sociais por qualquer coisa que esteja sendo compartilhada ou comentada freneticamente.

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