Nesta terça-feira (14), vários protestos realizados por enfermeiros e técnicos de enfermagem se espalharam por vários lugares do país. Os protestos foram em exigência do pagamento do novo piso salarial, que havia sido aprovado pelo Senado em 2022.
Protestos pelo novo piso salarial
Dentre os estados onde houveram os protestos, estão Espírito Santo, Amazonas e Bahia. Na manhã desta terça-feira (14), um grupo de enfermeiros havia protestado na Avenida Antônio Carlos Magalhães, na região do Shopping da Bahia, em Salvador. Segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), o protesto começou por volta das 9h40 e foi finalizado por volta das 12h.
De acordo com o grupo de enfermeiros que estavam no protesto, o ato é em defesa do novo piso salarial da profissão e tem como objetivo fazer com que o governo edite a medida provisória que garante o repasse dos fundos destinados a este fim.
“No período da pandemia da Covid-19, nós fomos tratados como os heróis da saúde. Esses heróis, sem dinheiro no bolso, não conseguem cuidar das suas próprias famílias. Precisamos ser reconhecidos, valorizados e respeitados”
afirmou Everaldo Braga, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros
Em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, técnicos de enfermagem e enfermeiros também fizeram protestos nesta terça-feira (14) contra a suspensão do piso da categoria. Os manifestantes chegaram a fechar a Ponte Florentino Avidos, que liga o Centro ao bairro São Silvano.
Em Manaus (AM), houve outro pólo de manifestação de enfermeiros pedindo o novo piso salarial. No protesto, os enfermeiros apontaram que há projetos que norteiam o custo do piso salarial, mas que podem ser validadas por meio de Medidas Provisórias (MP).
“Nós estamos levando os hospitais nas costas. Nossa reivindicação aqui é nossas 30 horas e nosso piso salarial. Nós estamos lutando há 30 anos por nosso piso. Estamos aqui para reivindicar nossos direitos”
disse Silvia Carvalho, enfermeira que participou dos protestos
Suspensão do novo piso salarial
A motivação dos protestos é a suspensão do novo piso salarial da categoria feita pelo ministro do STF, Luís Roberto Barroso. O novo piso salarial havia sido proposto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro no valor de R$ 4.750 para enfermeiros. No caso dos técnicos, o piso seria de 70% deste valor e de 50% para auxiliares e parteiras.
No entanto, o ministro do STF, Luís Roberto Barroso, havia decidido pela suspensão temporária do novo piso salarial. Como justificativa, o ministro afirmou que o novo ajuste poderia comprometer a verba pública para os serviços de saúde. Além disso, também poderia levar a um aumento de demissões nos hospitais e clínicas particulares.
O preço do populismo
A proposta criada pelo Senador Fabiano Contarato (PT/ES) e sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi aprovada com intuito de conseguir simpatia junto aos profissionais de saúde, sem levar em conta as consequências desta medida. Por mais que seja compreensível o desejo dos profissionais de saúde por maiores ganhos, não se pode ignorar o fato de que tal medida irá prejudicar muitos deles, principalmente os recém formados, que tendem a ficar em maior desvantagem no mercado de trabalho.
Ao menos nesta questão o ministro Barroso tomou uma decisão certa, embora levantando a suspeita de que ele apenas o fez por motivações políticas, evitando ganhos políticos por parte do ex-presidente Bolsonaro. É possível especular isso tendo em conta que o ministro em questão não se opõem ao populismo irresponsável de Lula, atual presidente do Brasil.