Uma das hastags mais em alta no momento nas redes sociais é a #LulaGenocida. O motivo desta hastag estar em alta, é o fato do Ministério da Saúde com aval de Lula insistir em dar prioridade a produção nacional de uma vacina contra dengue ao invés de utilizar uma já desenvolvida no Japão que já está disponível nos hopistais privados.

Em contrapartida, boa parte dos brasileiros estão acusando Lula de negligência, uma vez que os casos de dengue estão se tornando alarmantes no país e já existe uma vacina desenvolvida pelo Japão disponível e aprovada pela ANVISA.

Hipocrisia?

Boa parte da reclamação do público está no fato de Lula e a esquerda em geral terem acusado Bolsonaro de genocida e de responsabilizá-lo pelas 700 mil mortes por covid por não ter comprado a Coronavac produzida pela China, enquanto o próprio Lula junto ao Ministério da Saúde fazem o mesmo em relação à vacina produzida contra a dengue pelo Japão e já aprovada pela ANVISA.

Motivo da não inclusão da Qdenga no SUS

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina desenvolvida no Japão – a Qdenga – mesmo sendo aprovada pela ANVISA precisa passar por uma sequência de análises eficiência, segurança e impactos econômicos (mais a frente esse último será abordado). Em contrapartida, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, criticou a postura do MS, enfatizando que a vacina produzida pelo laboratório Takeda já demonstrou mais de 80% de eficácia e já é aprovada pela ANVISA.

Ele também reforçou que a negligência do Ministério da Saúde pode custar vidas, já que já são mais de 1 milhão de casos de dengue registrados só esse ano.

Ministério da Saúde tem foco em vacina nacional

Em nota o Ministério da Saúde afirmou que não está defendendo nenhuma vacina nacional em detrimento de uma vacina estrangeira. No entanto, admitiu que acredita ser importante investir no desenvolvimento de uma vacina nacional para garantir a “autossuficiência” do Brasil em vacinas.

Sabendo do viés fortemente protecionista do estado brasileiro, não é difícil imaginar que a burocracia para aprovação da vacina Qdenga seja apenas uma justificativa para manter o monopólio do estado sobre a produção de vacinas. E isso fica claro quando a questão dos “impactos econômicos” está incluída na análise de aprovação da vacina.

Situação atual da dengue no Brasil

Segundo dados do próprio ministério da saúde, o número de pessoas atingidas pela dengue no Brasil em 2023 já ultrapassaram o número de 1 milhão. Com esse número, 2023 se aproxima dos anos que tiveram os maiores índices de dengue no Brasil, como 2013, 2015, 2016 e 2019.

Já o número de mortes causadas pela dengue no país já chegou a 503. Enquanto isso, a demora do governo Lula em disponibilizar a vacina contra a dengue no SUS vem causando indignação no público que acusam Lula e o Ministério da Saúde de negligência.

Lula genocida?

Assim como Bolsonaro em relação à covid, Lula está sendo acusado de genocídio por negligenciar a vacina contra a dengue, enquanto já há uma disponível, mas que o Ministério da Saúde prefere barrar por meio de uma burocracia excessiva enquanto dá prioridade a uma vacina nacional em andamento desde 2009. Estranhamente, o mesmo ministério apoiou vacinas do covid que ainda estavam em desenvolvimento e não precisaram passar por nenhuma fase de testes.

Outro ponto curioso é o fato de mesmo sendo aprovada pela ANVISA (um órgão do governo) o Ministério da Saúde não reconhece a sua eficácia. O Ministério da Saúde deve um esclarecimento à população brasileira pagadora de impostos sobre o porque dessa divergência. Se a ANVISA é ou não confiável e em caso positivo, do porque da demora na aprovação desta vacina.

É importante aqui frisar que não há aqui nenhum endosso ao monopólio da ANVISA sobre análise e aprovação de qualquer produto. Só está sendo apontada a inconsistência do Ministério da Saúde em negar a competência de um órgão do governo que ele mesmo sempre enfatizou. A única conclusão que se pode chegar é que o Ministério da Saúde é apegado ao fetiche nacionalista de buscar autossuficiência em certos setores considerados “estratégicos”, talvez com isso querendo dizer essenciais.

Mas um bom conhecimento em teoria econômica e história dos estados nos mostra que não é uma boa ideia confiar no estado para nos fornecer algo essencial. A falta de um genuíno livre mercado de produtos da área da saúde é o verdadeiro problema. Não a falta de investimento estatal nessa área, que vem se mostrando cada vez menos eficiente.

E isso nos traz de volta à pergunta: Lula é um genocida?

Poderíamos dizer que não se deve esperar o melhor dos políticos e que seria previsível ele não ser capaz de resolver um problema como a dengue. Isso é verdade. Mas também é inegável que caso ele disponha do dinheiro necessário para comprar a vacina, o mínimo que ele poderia fazer para ressarcir os pagadores de impostos seria comprá-la e disponibilizá-la no SUS.

Mas como o governo sempre gasta mais do que arrecada e provavelmente tal compra seria realizada por meio de emissão de títulos do governo que iriam pesar sobre os pagadores de impostos futuramente, tal possibilidade deve estar fora de questão.

No entanto, como todo presidente, Lula possui uma grande responsabilidade sobre o que o estado faz contra a população simplesmente por manter determinado estado e coisas. Ao manter a tributação sobre vacinas e medicamentos estrangeiros, Lula torna tais produtos de difícil acesso para a maior parte da população, as tornando reféns do sistema público estatal, que é decadente.

Além também de manter as patentes dos medicamentos e vacinas e punir quem violar patentes de produtos estrangeiros, o que mantém o monopólio de produção de vacinas e medicamentos para poucas empresas e para o estado.

Ao manter as barreiras que impedem que brasileiros combatam a dengue, Lula se torna de fato um genocida.

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