Nenhum arranjo sócio político pode funcionar em um território tão grande com uma população tão grande. O ideal seria que cada cidade fosse uma jurisdição soberana, e com possibilidades de descentralização interna e secessão até que uma rua ou casa pudesse ter sua total soberania respeitada.
Essa ideia que soa como inviável e parece radical foi colocada em prática por mais de 1100 anos em grande parte da Europa central. Essa é a busca primordial da civilização ocidental: o anti-imperialismo, a liberdade e autosoberania.
Todas instituições civis naturais existem para isso: preservar a liberdade. Tudo que deve ser conservado é o que protege a vida, liberdade e propriedade.
Um libertário ou conservador não devem pensar em termos de nacionalismo ou globalismo, mas em como viabilizar ao máximo as liberdades individuais, de famílias ou de qualquer associação voluntariamente formada.
É para isso – e sempre foi – que a humanidade instituiu a propriedade, moeda, o direito natural, o livre mercado, a linguagem desenvolvida, as artes e a alta cultura. Não adianta falar em temas sobrenaturais, transcedentes ou metafísicos enquanto todos formos escravos de um poder centralizado.
Mesmo para quem acha que a liberdade não é um fim em si mesma, ela é o caminho para viabilizar a prática das virtudes que levam à transcedencia. Só através do livre arbítrio e direito privado alguém pode seguir qualquer caminho.
Em arranjos de direito natural, haverão centenas de micro jurisdições competindo entre si pelo melhor direito, sistema de justiça e demais instituições naturais. A ordem natural será restabelecida de baixo para cima, através da descentralização e secessões contínuas.
É a propriedade, em última análise, a última barreira contra qualquer sistema político.