Depois de muita pressão do mercado, Lula decidiu discutir os cortes de gastos do governo com sua equipe econômica. Sua decisão, no entanto, não agradou a todos os seus ministros, como é o caso do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que já afirmou que, se os cortes dos gastos do governo atingirem a previdência ou ajustes salariais, irá abandonar seu cargo.
Em entrevista ao jornal O Globo, Lupi reconheceu o problema fiscal que o governo Lula tem em mãos, mas questionou “como fazê-lo em cima da miséria do povo brasileiro?”. Ele também diz querer discutir “taxação das grandes fortunas”, justificando que “quem tem que doar algo nesse processo é quem tem muito, não quem não tem nada”.
Segundo Lupi, aposentadoria e leis trabalhistas são “direitos adquiridos” e que nenhum congressista irá mexer em tais questões. Ele também afirma que o governo está, em vez disso, focando em combater as irregularidades, como retirar auxílio-doença de quem não está mais doente, mas continua recebendo.
O embuste que são as leis trabalhistas e a previdência social
Óbvio que tanto a previdência social quanto as leis trabalhistas sempre foram falsas soluções do estado para os trabalhadores. A previdência social é basicamente uma pirâmide, onde os atuais pagadores do INSS ficam com a promessa de que irão se aposentar graças à contribuição dos pagadores das próximas gerações.
A verdade é que, além disso ser um péssimo investimento, , afinal, investir o que se paga no INSS em outros meios poderia trazer um retorno acima da inflação, também é uma medida antiética, uma vez que outras pessoas estariam sendo obrigadas a financiar sua aposentadoria. Além disso, a previdência social é um verdadeiro esquema de pirâmide, onde os atuais pagadores do INSS ficam apenas com a promessa de se apresentarem como garantia.
Há cada vez menos pessoas nascendo, enquanto a expectativa de vida aumenta. Com isso, haverá cada vez menos pagadores da previdência e cada vez mais consumidores dela. Essa conta não tem como fechar. E tal crise na previdência já está à vista, com políticos propondo reformas já cientes de que o pior está por vir.
Quanto às leis trabalhistas, são apenas ilusão estatal para o estado fingir que se preocupa com os trabalhadores. Na prática, são verdadeiros empecilhos para os menos produtivos e inexperientes (geralmente os mais jovens e com menor escolaridade) para entrarem no mercado de trabalho, já que tais leis arbitrárias impostas pelo estado apenas aumentam os custos de contratação do trabalhador para o empregador.
O real interesse de Lupi na taxação das grandes fortunas
Quanto à taxação das grandes fortunas proposta pelo Lupi, há alegação por parte dele de querer que o governo continue arrecadando sem que a tributação atinja os mais pobres, e, ao mesmo tempo, que o governo continue lhes dando assistência. A verdade é que o governo Lula está desesperado por impostos e precisa direcionar toda indignação do público contra os mais ricos e assim justificar uma maior tributação contra esse grupo.
Como o libertarianismo deixa muito claro, cada indivíduo é dono legítimo da propriedade que ele adquiriu por meios legítimos (sem agressão). Por isso libertários entendem que imposto é roubo, e com isso, não é difícil entender que a taxação das grandes fortunas é apenas roubo legalizado em larga escala, usando da demonização que é feita aos ricos pela esquerda política, que sempre os transformou em bodes expiatórios para problemas que o próprio estado causa.
Além de ser antiética, tal taxação destrói o incentivo dos indivíduos mais prósperos a serem produtivos, preferindo guardar sua riqueza ao invés de investi-la ou até mesmo se mudar de país. O que já vem acontecendo. Consequentemente, haverá menos empregos e menos bens e serviços para os trabalhadores que Lupi afirma defender.
Lupi não se importa verdadeiramente com os trabalhadores
O interessante é que, como bom populista que é, Lupi não cogita em nenhum momento propor uma isenção fiscal total para os trabalhadores que ele diz defender. Afinal, sem impostos, como ele irá manter seu alto salário e privilégios? No lugar disso, ele propõe a famigerada taxação das grandes fortunas.
Mas nada disso é feito visando o bem-estar dos trabalhadores. Os supostos “benefícios” que recebem são meras esmolas que Lupi e outros políticos deixam cair para que os pobres achem que estão fazendo algo por eles, quando, na verdade, são apenas instrumentos para Lupie e seus colegas se manterem no poder.