A chacina que aconteceu no município de Sorriso (MT), não teria sido possível sem a impunidade da justiça estatal. O pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, que invadiu a residência de Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, e a matou e estuprou junto à suas filhas, jamais teria conseguido seu feito se tivesse sido devidamente punido pelos seus crimes anteriores.

O crime

Na última sexta-feira (24), aconteceu um dos crimes que mais vem chocando o Brasil devido ao nível de brutalidade. O pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, invadiu a residência de Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, e a esfaqueou junto à filhas Miliani Calvi Cardoso, 19 anos e Manuela Calvi Cardoso, 13. A filha caçula, Melissa Calvi Cardoso, 10 anos, foi morta asfixiada pelo criminoso.

Segundo a perícia, com exceção da filha mais nova, as demais vítimas foram estupradas pelo criminoso enquanto agonizavam. O crime foi descoberto nessa segunda-feira (27), após a Polícia Militar ser acionada devido ao desaparecimento das vítimas. Cleci e Miliani foram encontradas caídas no corredor da casa, enquanto as duas mais novas estavam no quarto. Três delas estavam sem roupas.

Investigação e prisão do assassino

No início das investigações, a polícia descobriu que o autor do crime entrou na residência das vítimas pela janela. Após diligências no local, foram feitas diligências em duas obras onde vários homens trabalham, e foram então realizados levantamentos de informações.

Entre os cinco homens que trabalhavam no local, foi informado que um deles chamado Gilberto Rodrigues dos Anjos, dormia no local. Ao ser entrevistado pelos policiais, ele ficou nervoso e alegou não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana.

Ainda na casa das vítimas, a perícia da Politec encontrou marcas de chinelo no piso manchado com sangue. Ao vistoriar os pertences do criminoso, os agentes encontraram um chinelo com as mesmas características das marcas no piso da residência da família e foi confirmado pela perícia se tratar do mesmo calçado marcado no piso.

Após ser questionado pela polícia mais uma vez, o assassino confessou ter cometido os quatro homicídios e os três estupros. Em interrogatório na delegacia, ele disse que que após usar drogas, invadiu a residência das vítimas, pela janela do banheiro na noite de sexta-feira, com a intenção de roubar.

O criminoso informou que foi confrontado por Cleci Cardoso, onde ele em seguida pegou uma faca e atacou a mãe. Neste momento, uma das filhas, Miliane, saiu do quarto para socorrer a mãe e também foi atacada. Na sequência, ele confessou que assassinou as outras duas vítimas, ambas menores de idade.

Após assassinar a família, ele contou que saiu da casa pela mesma janela por onde entrou e voltou para a obra, onde retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner. A Polícia Civil localizou as roupas e encaminhou para a perícia. Na sacola também estavam calcinhas das vítimas.

Terminado o depoimento, o criminoso foi transferido para uma unidade prisional na cidade de Sinop (500 km de Cuiabá), pois a população indignada queria invadir a delegacia para matá-lo.

Antecedentes criminais

Durante a investigação, foram checados os dados pessoais do criminoso, onde a equipe policial apurou que contra ele havia dois mandados de prisão em aberto. Um pela Comarca de Lucas do Rio Verde por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio (roubo seguido de homicídio.

A justiça estatal tornou tal crime possível

Como foi apurado pela polícia, Gilberto, autor do crime, já tinha dois mandados de prisão em aberto por dois crimes graves, sendo eles estupro e latrocínio. O último deles, do ponto de vista de uma teoria punitiva justa, já tornaria Gilberto sujeito à pena capital: a morte.

No entanto, nem mesmo a punição branda prevista na justiça estatal brasileira, a saber a prisão por curto período de tempo, havia sido aplicada ao criminoso. Resultado: um indivíduo de índole criminosa e com histórico criminoso ficou livre para fazer mais vítimas, que poderiam ter tido suas vidas poupadas, caso Gilberto tivesse recebido a punição que lhe cabia.

Situação parecida com outra que ocorreu no mês passado, onde o chamado “Maníaco do Parque do MS” fez mais vítimas 2 anos após ter saído da prisão onde havia estuprado outras mulheres. Ele havia tido sua pena reduzida por “bom comportamento”.

Enquanto a justiça estatal pune pessoas apenas por questionar a “autoridade” dos supremos juízes, os verdadeiros criminosos seguem fazendo suas vítimas Brasil afora.

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2 Comments
  • Nikus
    Nikus
    novembro 28, 2023 at 10:18 pm

    Eu nem costumo ficar vendo reportagem, para não ter que me alembrar que o “governo” que rege nossa sociedade é uma merda, e que os verdadeiros responsáveis por manter criminosos soltos e armados no meio de multidões indefesas nunca serão responsabilizados, pois eles mesmos são bandidos.

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  • Alex
    Alex
    novembro 29, 2023 at 1:23 am

    O que me surpreende nisso, como em outros casos, é que essa indignação das pessoas não ocorre quando escândalos de corrupção ocorrem. A atitude do bostileiro é:

    Só mais um dia no paraíso chamado Bostil!

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