Por: Murray N. Rothbard

Nosso país é assolado por muitos mitos econômicos que distorcem o pensamento público sobre problemas importantes e nos levam a aceitar políticas governamentais insalubres e perigosas. Aqui estão dez dos mais perigosos desses mitos e uma análise do que está errado com eles. (Murray N. Rothbard)

Mito 7: “A deflação – queda dos preços – é impensável, e causaria uma depressão catastrófica.”

A memória do senso comum é curta. Esquecemos que, desde o início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII até o início da Segunda Guerra Mundial, os preços geralmente caíam ano após ano. Isso porque o aumento contínuo da produtividade e da produção de bens gerados pelo livre mercado fez com que os preços caíssem. Não houve depressão, no entanto, porque os custos caíram junto com os preços de venda. Geralmente, os salários permaneciam constantes enquanto o custo de vida caía, de modo que os salários “reais”, ou o padrão de vida de todos, aumentava constantemente.

Esses custos e preços em queda permitiram que eles explorassem uma característica do mercado de massa do crescimento dinâmico do capitalismo de livre mercado. A “deflação” não trouxe desastre para esse setor.

Praticamente a única vez em que os preços subiram nesses dois séculos foram em períodos de guerra (Guerra de 1812, Guerra Civil, Primeira Guerra Mundial), quando os governos em guerra inflaram tanto a oferta de dinheiro para pagar a guerra, que compensaram os ganhos contínuos em produtividade.

Podemos ver como o capitalismo de livre mercado, livre da inflação do governo ou do banco central, funciona, se observarmos o que aconteceu nos últimos anos nos preços dos computadores. Um computador costumava ser enorme, custando milhões de dólares. Agora, em uma notável onda de produtividade provocada pela revolução dos microchips, os computadores estão caindo de preço enquanto escrevo. As empresas de computadores são bem-sucedidas, apesar da queda dos preços, porque seus custos e preços lhes permitiram explorar uma característica do mercado do crescimento dinâmico do capitalismo de livre mercado. A “deflação” não trouxe desastre para esse setor.

O mesmo vale para outras indústrias de alto crescimento, como calculadoras eletrônicas, plásticos, aparelhos de TV e videocassetes. A deflação, longe de trazer catástrofe, é a marca do crescimento econômico sólido e dinâmico.

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