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“Como é bom ter um presidente”. Ao menos era isso que se dizia bastante aqui no Brasil entre as pessoas mais à esquerda sobre Alberto Fernandez, atual presidente da Argentina. Muitos esquerdistas “invejavam” a Argentina por ter um presidente que defendia pautas caras à esquerda política.
No entanto, as contas das políticas socialistas irresponsáveis estão pesando na população. E mesmo assim os esquerdistas argentinos ainda não aprenderam a lição, e estão clamando à Alberto Fernandez para dobrar as mesmas políticas que estão arruinando a economia do país.
Protestos por melhorias sociais
Na última quarta-feira (17), vários manifestantes mais à esquerda protestaram em Buenos Aires, Argentina, exigindo melhorias sociais. Dentre as exigências, estavam mais empregos, melhores salários e combate a fome e pobreza. Os protestos ocorreram em meio a maior crise econômica da Argentina, com uma inflação de mais de 100% ao ano.
Entre os manifestantes, estão trotskistas, peronistas dissidentes do governo e passando por apoiadores do Papa Francisco, que exibiam cartazes com mensagens como “Chega de fome e ajuste” e “Rejeitamos o ajuste do FMI”.
Culpa do FMI?
Os esquerdistas em protesto culparam o Fundo Monetário Internacional (FMI) pela situação do país. Os militantes alegaram que as condições para os empréstimos feitos pelo FMI à Argentina foram responsáveis pelo agravamento da crise econômica do país.
Dentre as condições impostas pelo FMI, estava a meta de pelo menos 1,9% de débito fiscal sobre o PIB do país. Para os grupos que defendem maiores déficits fiscais por parte do governo, tal medida impede que o governo obtenha receitas para políticas públicas.
O FMI de fato merece repreensão por uma série de motivos, principalmente por ser uma organização estatal cuja ajuda financeira ajudou diversas ditaduras e possibilitou que vários governos aplicassem diversas políticas econômicas ruins. Um exemplo disto, é o desestímulo ao uso de criptomoedas na Argentina como parte as condições para o último empréstimo que Fernandez obteve da entidade.
Por outro lado, é completamente falacioso atribuir à austeridade fiscal o agravamento da crise econômica do país. São justamente as gastanças políticas, mesmo com uma economia fraca demais para subsidiá-las e políticas socialistas que saíram pela culatra, como controle de preços e impressão massiva de dinheiro, que afundaram a economia da Argentina ainda mais.
O negacionismo econômico por trás da acusação contra a austeridade fiscal como responsável pela crise é baseado no embuste conhecido como Teoria Monetária Moderna, que já abordamos aqui em diversos artigos, como esse e esse.
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Esquerda argentina pretende persistir no erro
Mesmo após todas as políticas socialistas de Alberto Fernandez e Christina Kirshiner terem levado a economia da Argentina a uma verdadeira catástrofe, a esquerda do país ainda insiste na defesa dessas mesmas políticas. Na verdade, defendem até mesmo uma radicalização delas.
E o que se seguirá como consequência destas mesmas políticas socialistas nós já sabemos: inflação, aumento da pobreza, desemprego. E a esquerda argentina enquanto não aprender a raiz dos problemas do próprio país continuarão a dobrar a aposta.
2 respostas para “Manifestações por melhorias sociais revelam a profundidade da crise econômica na Argentina”
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O empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à Argentina em 2018 excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento que o país teria com o órgão financeiro. Esta foi uma das conclusões do relatório da Auditoria Geral da Nação (AGN), divulgado na noite desta quarta-feira (17/05), que aponta uma série de irregularidades no processo de empréstimo acordado com o governo do ex-presidente argentino Mauricio Macri (Proposta Republicana).
Mais do que uma dívida, é um crime. O relatório da Auditoria Geral da Nação demonstra que o empréstimo do FMI tomado por Macri violou a lei argentina e deve ser investigado com todo o peso da Justiça.
A AGN de Argentina aprovou por maioria um relatório sobre as irregularidades no empréstimo que o FMI concedeu ao governo de Mauricio Macri (2015-2019), o qual excedeu 127 vezes a capacidade de endividamento do país.
A auditoria assinalou que o empréstimo impactou “de maneira adversa na estrutura da dívida e seus riscos”.
Entre as irregularidades identificadas pela auditoria figuram a “falta de autorização de endividamento”, a “inexistência do parecer do Banco Central da República Argentina” e a “assinatura do acordo por funcionários sem poderes legais para fazê-lo”.
O relatório aponta que quase 30% dos gastos do FMI foram utilizados para “financiar a saída de capitais financeiros”.
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Parem de omitir a verdade, seus anarco-mentirosos!-
“Anarco-mentirosos”
Engraçado, lembro do artigo falar explicitamente dos erros do FMI, Mas parece que vc esqueceu esse detalhe. Quem é o mentiroso mesmo? Se eu realmente fosse, não teria nem divulgado esse seu comentário. Se não prestou atenção ao texto, o que foi enfatizado é que os juros altos e o empréstimo exorbitante feito pelo Macri (sim, criticamos políticos em geral. Dê uma passeada em nossa sessão sobre política) sozinhos não são o responsável pela crise econômica da Argentina. A propósito, a justificativa do Macri para tomar esse empréstimo exorbitante foi justamente a dívida pública que o país já tinha e a crise em que estava afundado no governo anterior de Cristina Kirchner. Mas parece que a esse detalhe vc não se atentou, não é mesmo?
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