A morte do cachorro Joca da raça Golden Retrivier trouxe indignação a vários tutores de cachorro, que ocuparam diversos aeroportos ao redor do país como forma de protesto. O cão morreu devido a um erro de trajeto da empresa GOL, onde ele iria viajar com seu dono, João Fantazzini. Diante da indginação muitos chegaram até mesmo a propor regulações mais rígidas para o transporte de animais.
De fato o erro da GOL é passível de punição, afinal lesaram clientes. No entanto, a proposta de regulações mais rígidas além de não levarem em conta a verdadeira raiz do problema ainda podem trazer outras consequências negativas.
A morte do cachorro Joca
O animal havia sido embarcado para viajar com seu dono, João Fantazzini, no dia 22 de abril, com destino para Sinope, MS. No entanto a compainha aérea o transportou por engano para Fortaleza, CE.
Ao perceberem o engano, a compainha enviou o animal para o aeroporto de Guarulhos, SP, de onde seria transportado para seu destino correto. No entanto, devido as longas horas sem comer e beber água, o animal veio a falecer.
Indignados, diversos tutores em ocuparam várioa aeroportos no país como forma de protesto. Muitos chegaram até mesmo a defender regulações mais rígidas sobre o transporte de animais em aviões. A Sociedade Brasileira de Veterinários chegou até mesmo a apresentar uma lista de medidas que todas as compainhas aéreas deveriam adotar durante o transporte do animal.
As regulações propostas incluem a presença de veterinários em todas as etapas de transporte de animais, caso o estado de saúde do animal exija isso, bem como a exigência de laudo veterinário atestando que o animal está livre de doenças e parasitas.
Impacto das regulações
Por mais que muitos defensores de tais regulações estejam cheios das melhores intenções, tais medidas propostas interferem na livre escolha das empresas e dos consumidores. Além disso, tais medidas trarão outros impactos em termos econômicos, além de aumentar desnecessariamente burocracia no transporte de animais.
Todas as exigências propostas trarão custos ainda maiores para as compainhas aéreas, que se verão na necessidade de reduzir a qualidade de outros serviços, eliminando a possibilidade de melhorias futuras ou até mesmo repassando os custos aos clientes, caso estejam dispostos a pagar mais caro. Neste último caso os passageiros de menor renda seriam os mais prejudicados.
A verdadeira raiz do problema
Casos como o de Joca não são tão recorrentes no Brasil, o que mostra que a ausência de regulações mais rígidas não foram a verdadeira causa da morte do cachorro. Mas sim, a incopetência da GOL.
É possível argumentar que o cachorro morreu devido as longas horas sob estresse, sem comer e beber água. No entanto, se a empresa tivesse colocado o animal em seu destino certo ele teria sobrevivido e estaria bem agora com seu dono.
Ao assumir que a morte de Joca foi devido a falta de regulações mais rígidas, e não ao erro da GOL, sem perceber, os defensores de tais medidas estão retirando a responsabilidade da empresa sobre o que aconteceu ao cachorro.
Sim, a GOL deve ser penalizada
Algumas pessoas com uma visão distorcida ou equivocada do libertarianismo podem achar que neste caso da morte do cachorro Joca não caberia punição, já que apenas humanos possuiriam direitos. No entanto, é importante lembrar que o cachorro era propriedade de seus respectivos donos, e que sua morte devido a incompetência da GOL violou este mesmo direito. Logo, uma punição sobre a empresa é devida.
A punição poderia incluir uma indenização, não apenas no valor de mercado de um cachorro da raça golden, mas de todos os custos que os donos tiveram com o cachorro durante toda sua vida, incluindo os custos negligenciados de cuidados com o cachorro durante todo o trajeto, já que colocaram o cachorro em uma situação que ocasionou sua morte.
Afinal, os donos pagaram a compainha para receber o cachorro são e salvo, e não morto.
Pró liberdade econômica. Não “pró-empresas”
Muitos críticos do livre mercado confundem defesa da liberdade econômica com defesa incondicional das empresas. Embora muitos defensores do livre mercado de forma equivocada assumam uma defesa incondiocal das empresas mesmo quando elas estão erradas, essa não é a posição padrão dos defensores da liberdade econômica.
Libertários defendem que cada indivíduo empreenda, comercialize e compre como bem entender. Desde que respeite os direitos de propriedade dos demais. Um indivíduo o empresa estará em sua razão enquanto se atentar a esse princípio.
No entanto, a partir do momento que tal indivíduo viola os direitos de propriedade de alguém, ele deve ser penalizado de acordo com a agressão cometida.
Queda nas ações da GOL mostra que não precisamos de leis para proteger os animais
Na quinta-fera (25) as ações da GOL tiveram uma queda significativa de 8% após o incidente que levou a morte do cachorro Joca. Isso mostra o quanto não precisamos de leis estatais contra maltratos a animais para que empresas ou indivíduos sejam punidos.
A queda das ações pode significar uma apreensão por parte dos investidores sobre possíveis impactos sobre a compainha. No entanto, não podemos decartar a possibilidade de muitos investidores terem se indignado com o caso e terem vendido suas ações em massa.
Além disso, se tivéssemos um verdadeiro livre mercado de viagens aéreas haveriam maiores opções de empresa do ramo, o que traria mais oportunidades para boicote contra a GOL.
Vejo diariamente notícias aqui do Brasil de pessoas maltratando e espancando gatos e cachorros e o cara escreve que “não precisamos de leis para proteger os animais”?