Durante um evento sobre igualdade de gênero, realizado no Palácio do Planalto, a primeira-dama Janja criticou o que chamou de machismo e misoginia dentro da política. No entanto, a primeira-dama fez vista grossa para a demissão de mulheres feita pelo seu marido, o presidente Lula.
Igualdade de gênero na política
O evento foi realizado pelo Ministério das Mulheres, tendo Janja como anfitriã. Além da primeira-dama, também discursaram a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet , a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla, a primeira-dama do Senegal, Marieme Sall, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), e Maiara Folly, cofundadora da plataforma Cipó.
Segundo Janja, o objetivo do encontro era debater o plano das Nações Unidas para alcançar a equidade de gênero. Ou seja, tudo dentro da agenda da ONU de introduzir políticas de gênero para aumentar sua influência políticas sobre os países.
“No lugar que ocupo hoje, de primeira-dama, o machismo e a misoginia me atacam de todas as formas”
disse Janja
Janja informou que sua participação no G-20 foi para “aprender e se informar”.
A primeira-dama criticou o discurso do presidente Joe Biden dos EUA e o presidente da Índia, Narendra Modi, sobre a necessidade de “dar mais espaço” para as mulheres, afirmando que as mulheres “conseguem conquistar o próprio espaço”.
Ainda assim, Janja defendeu uma mudança na legislação eleitoral para reservar 50% das cadeiras para mulheres no Legislativo.
Vista grossa para demissão de mulheres no governo Lula
Apesar de Janja ter criticado o que considera como machismo na política, ela “passou pano” para a demissão de mulheres de cargos do governo por parte de Lula. Segundo a primeira-dama, a situação em questão é “complexa” e que a política “às vezes nos obriga a algumas coisas”.
Ou seja: Janja é apenas uma ponta de lança na narrativa feminista dentro dentro política, cuja pauta na prática não é uma prioridade para aqueles que de fato governam. As mulheres demitidas no caso foram Ana Moser da pasta de Esporte, Daniela Carneiro do Turismo, além de Rita Serrano da presidência Caixa. Todas foram substituídas por homens.
A decisão do presidente Lula fez parte de seus acordos com o Centrão em troca de apoio político.