O Metaverso é a nova proposta do Facebook, agora chamado Meta, de realidade virtual com um amplo leque de possibilidades. Como será a liberdade neste universo simulado? Será que o Estado conseguirá estender sua influência também no mundo digital?
A proposta do Metaverso
Mark Zuckerberg esta investindo pesado no Metaverso, com diversas parcerias de grandes nomes como Nvidia e Adidas.
Sem nada de concreto ainda, somente a visão de um mundo virtual onde será possível ter um “terreno” onde poderá construir qualquer coisa, vender qualquer coisa e chamar amigos do mundo todo para uma visita. Com o uso de óculos de realidade aumentada, a interação será mais imersiva, com infinitas possibilidades.
Pelo menos é isso que está sendo divulgado, mas até que ponto isso realmente pode ser feito?
O que temos agora?
O Metaverso não traz nada novo, somente conecta diversas tecnologias já existentes.
- Venda de produtos únicos como NFT já existem no jogo Axie Infinity.
- Imersão com campo visual e sensores já existe com os óculos de realidade aumentada.
- O conceito de mundo digital com interações comerciais já existiu no Second Life.
A novidade neste anúncio está no investimento pesado de grandes corporações para fazer uma rede social completa com estas ferramentas conectadas.
Metaverso é blindado contra ataques estatais?
A resposta mais curta para isso é Não. Assim como o que você posta no Facebook pode e será usado contra você no tribunal, suas palavras e ações no Metaverso com certeza serão monitoradas e repassadas ao Leviatã de gravata que punirá quem não seguir a cartilha imposta.
Paralelo a isto temos um histório suspeito do Facebook como ferramenta política exposto no caso Cambridge Analytica, o que demonstra que a liberdade divulgada do metaverso não passa de marketing.
Não será surpresa para ninguém quando Meta iniciar a proibição automática de termos considerados “ofensivos”, impedindo pronunciar “Fuck Biden” mas permitindo falar “Fuck Trump”. Apesar da troca do nome da empresa Meta ainda é o velho Facebook.
Criptomoedas: O Cavalo de tróia do Metaverso
Você pode pensar que o ambiente virtual do Facebook trará uma proteção estatal pela utilização de uma criptomoeda, que não seja o dólar, para ganhar e gastar. Sem o governo para inflacionar o ativo digital, é natural deduzir que tudo irá funcionar de forma transparente e honesta.
O ponto crítico de uma criptomoeda é sempre sua centralização. A qualquer momento Zuckerberg pode emitir mais tokens ou bloquear os ativos de algum usuário “suspeito” na rede. Seria possível integrar Etherium ou Bitcoin no Metaverso, mas porque se dar ao trabalho de emitir uma moeda do zero aumentando a complexidade e custos do projeto? Claramente a intenção não é permitir a liberdade de transação entre usuários, mas sim controlá-las.
Tecnologia estratégica
Deixando o Metaverso do Facebook de lado e focando na tecnologia em si. Como vimos em diversas eleições pelo mundo, a população de uma forma geral está despertando para um mundo mais livre e isso se dá, em grande parte, pelas redes sociais, que, apesar de tentarem muito, não são capazes de controlar totalmente o pensamento crítico das massas.
Além das brechas possíveis dentro de redes sociais famosas, ainda podemos, usando a mesma tecnologia, criar nossas próprias implementações, como é o caso do Telegram, aplicativo de mensagem e rede social que utiliza a mesma tecnologia do WhatsApp sem toda a violação de privacidade embutida.
Portanto se estas grandes empresas investirem em óculos e placas mais performáticas e baratas, softwares com fácil integração, código aberto e estudos para deixar tudo intuitivo, será fácil um libertário, usando todos estes recursos, criar seu próprio ancapistão vitual, onde será respeitado os direitos naturais com transações em Bitcoin.
Não é a primeira vez que surge uma nova tecnologia, teoricamente impossível de ser usada anonimamente, que pode sim ser usada seguindo um simples guia de anonimato. A tecnologia é somente um meio, o fim está em nossas mãos.