Pavel Durov, CEO do Telegram, preso por não se submeter à tirania

O empresário e CEO do Telegram, Pavel Durov, foi preso neste sábado (23) sob ordens da OFMIN da polícia judiciária francesa. A OFMIN afirma que Durov estaria sendo preso devido à sua empresa, o Telegram, facilitar o terrorismo e o tráfico de drogas. No entanto, dado que a União Europeia busca cada vez mais reprimir discursos considerados “inconvenientes”, é de imaginar que o verdadeiro motivo esteja muito além do que foi afirmado.

A prisão

Segundo o site de notícias francês TF1 Info, a prisão do empresário franco-russo de 39 anos foi feita assim que chegou ao aeroporto Le Bourget em seu jatinho particular, vindo de uma viagem ao Azerbaijão. Durov estava acompanhado por um guarda-costas e uma mulher no momento de sua prisão pela Gendarmaria de Transporte Aéreo.

A acusação

A ordem de prisão foi decretada pela OFMIN, que é um gabinete do governo francês focado em investigar crimes envolvendo menores de idade. A acusação é de que o anonimato fornecido pelo Telegram facilitava ações terroristas, tráfico de drogas e pornografia infantil. Além disso, a OFMIN também acusa Durov de não colaborar nas investigações contra criminosos.

A embaixada da Rússia na França afirmou à agência de notícias estatal russa Tass que não foi contatada pela equipe de Durov após os relatos da prisão, mas que está tomando “medidas imediatas” para esclarecer a situação.

O real motivo

É de se imaginar que, soberbo como qualquer estado é, o estado francês pense que Durov seja obrigado a ser um braço de seu corpo burocrático e que participe de suas investigações criminais. Crimes que muitas vezes o próprio estado francês não consegue resolver ou combater.

Os vários atentados terroristas na França mostram bem isso. No entanto, há motivos para acreditar que as motivações do governo francês vão muito além de tornar o Telegram em parte de seu corpo burocrático.

Os países da União Europeia vêm cada vez mais cerceando qualquer discurso considerado inaceitável pelo mainstream político ou que ameace a sua hegemonia. E qual justificativa melhor do que afirmar que a prisão de Durov e o possível fechamento do Telegram são somente devido à plataforma permitir a realização de crimes?

Alguns casos realmente configuram em crimes (como os atos terroristas, sendo que a plataforma é utilizada apenas para sua elaboração). No entanto, outros sequer deveriam ser crimes, como a venda de drogas e armas, por exemplo.

Pode-se condenar moralmente o Durov por permitir que certos indivíduos utilizem sua plataforma para realizar atos imorais e até mesmo criminosos. No entanto, uma vez que Durov não participa de tais, ele não pode ser responsabilizado legalmente por nenhum deles.

Mas, como já dito, o mais plausível é que o governo francês não estava nada satisfeito com o fato de Pavel Durov se sujeitar aos seus mandos e desmandos e censurar qualquer um com discurso considerado inapropriado por este mesmo governo.

Além da punição por ousar não se deixar subjugar, a prisão de Durov também serve para enviar uma mensagem a todos os que ousarem desobedecer aos caprichos do governo francês.

Sobre Pavel Durov

Pavel Durov fundou o Telegram em 2013, junto de seu irmão Nikolai Durov. Segundo Pavel Durov, a ideia do aplicativo surgiu em 2011, quando as forças especiais russas tentaram invadir sua casa. Ele percebeu que não havia uma maneira segura de se comunicar com o irmão e, por isso, decidiu criar o aplicativo.

O aplicativo possui servidores em diferentes partes do mundo e promete encriptar as mensagens, ou seja, transformar a informação usando um algoritmo para impossibilitar a sua leitura por qualquer pessoa, exceto quem está recebendo a mensagem pelo aplicativo.

A sede da empresa fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O futuro do Telegram

Com a prisão de Pavel Durov o futuro do Telegram é incerto. Não é possível afirmar se o aplicativo continuará ativo ou não. Caso o aplicativo seja descontinuado, será melhor o público procurar outras alternativas, de preferência que prezem pela privacidade e anonimato e sejam imunes ao controle estatal, como Matrix e Nostr.


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