Segundo o índice nacional de homicídios criado pelo G1, o número de assassinatos no Brasil caiu 7% em 2021 em comparação com 2020. Foram registrados no ano passado 41.069 assassinatos, já em 2020 haviam ocorrido 44.118 assassinatos.
De acordo com a matéria, neste número estão vítimas de crimes de homicídio doloso, latrocínios e lesões corporais graves seguidas de morte.
Os dados apresentados viraram alvo de politização. De um lado, Bolsonaro afirma que essa redução de assassinatos foi devido à sua política de facilitar o armamento da população. Por outro lado, há “especialistas” desarmamentistas que apontam que as causas para tal são outras e que, pelo contrário, a maior circulação de armas representa um perigo para a sociedade. Será que alguém está correto em suas colocações?
Primeiramente, Bolsonaro reivindica que foi devido a sua política de facilitação do acesso ao armamento que os assassinatos diminuíram. É possível afirmar que, como político, ainda mais em ano eleitoral, queira jogar as estatísticas à seu favor. Partindo de que, como há uma correlação entre suas políticas de armamento e a diminuição dos assassinatos, necessariamente, uma seja a causa da outra. Em outras palavras, que a sua política de facilitação ao armamento civil foi a causadora da diminuição de assassinatos. Podem haver milhares de outras causas que fizeram os assassinatos diminuírem, provavelmente grande parte delas podem não ser nem conhecidas. No entanto, não há como descartar essa possibilidade, uma vez que há de fato uma correlação entre acesso de civis à armas e redução de homicídios por criminosos.
Já os ditos “especialistas” desarmamentistas afirmam que a política de Bolsonaro não foi responsável pela diminuição e que, pelo contrário, as armas aumentariam os riscos para as pessoas. Antes de tudo é preciso saber como eles conseguiriam saber quais foram os da política de Bolsonaro em relação à diminuição de homicídios. Contudo, não é possível saber as consequências de políticas públicas, pois não há um sistema de feedback mercadológico. Com isso, não há como realmente saber se houve ou não influência da medida de Bolsonaro nesse caso.
O outro ponto abordado é que, ao contrário do que dizem os desarmamentistas, a circulação de armas não faz, per se, com que aumente o risco para a sociedade. Primeiramente, se houve um aumento de armamento de pessoas na sociedade, que houve uma queda de assassinatos em comparação à todos os outros anos? Depois, não há necessariamente como saber qual será a utilização dessas armas, elas podem tanto servir para defesa, quanto para atacar alguém. É um preconceito muito comum de pessoas a favor do desarmamento colocar uma moral má a um objeto inanimado.
Pode-se chegar a conclusão de que cada um está querendo jogar as estatísticas para o seu lado e, de certa forma, politizando a queda de homicídios. Bolsonaro se promoveu frente ao eleitorado, dentre outras coisas, a sua defesa do armamento civil.