Banco Central Argentino anuncia nota de 2.000 pesos

O Banco Central da Argentina tomou uma nova medida em seus esforços para garantir o uso de dinheiro em espécie como meio de pagamento no país. O banco anunciou a emissão de uma nova nota de 2.000 pesos, com o objetivo de simplificar os pagamentos em dinheiro de bens e serviços no país.

A nova nota, que duplica o valor da nota de maior valor atual, pretende ser uma medida provisória à medida que o banco central intensifica o uso de meios de pagamentos digitais em um ambiente altamente inflacionário. Em um comunicado à imprensa no dia 2 de fevereiro, o banco central declarou:

À medida que o processo de digitalização dos pagamentos avança, esta nota de maior denominação melhorará as operações de caixa eletrônico, otimizando ao mesmo tempo os movimentos de caixa.

O projeto de lei, cuja data de emissão não foi anunciada, tem o objetivo de comemorar o desenvolvimento da ciência e da medicina no país.

Uma Medida Insuficiente

Embora tenha a intenção de aliviar os problemas dos cidadãos que pagam com dinheiro em espécie, a medida já foi criticada como insuficiente por alguns analistas locais. Eles preveem que tal medida logo perderá sua utilidade devido ao aumento da inflação, ato que desvaloriza a moeda do país.

Juan Pablo Albornoz, economista da Invecq, uma empresa de consultoria local, afirmou:

A emissão de uma nota de 2.000 [pesos] indica que a denominação máxima ainda é ridiculamente baixa, não é sequer de 6 dólares. Isso não resolve os problemas e logo poderemos ver a nota de 5.000 [pesos] entrando em circulação.

Embora a Argentina tenha feito progressos na digitalização de seu sistema de pagamentos, com pagamentos de QR atingindo números recordes no ano passado, uma parte significativa da economia ainda é baseada em dinheiro em espécie. Isso exige que os argentinos acumulem grandes quantidades de notas para fazer transações. De acordo com o Statista, quase 45% de todos os pagamentos nos terminais de pagamento (pontos de vendas) foram realizados em dinheiro vivo em 2021.

Uma pesquisa realizada em dezembro, pela empresa de segurança global Prosegur, também descobriu que dois em cada três argentinos preferem pagamentos em dinheiro vivo. O motivo se deve aos custos e atrasos associados a outros meios de pagamento, tais como transferências digitais e cartões de débito ou de crédito.

Artigo escrito por Sergio Goschenko, publicado em Bitcoin.com e traduzido e adaptado por @rodrigo

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