Pela primeira vez, nesta segunda-feira, o mercado de criptomoedas superou a quantia de US$ 3 trilhões, em um momento onde há um interesse maior de investidores tradicionais nesse mercado, atraídos pela alta das criptomoedas, mas também pela inflação.
Segundo a página CoinGecko, que monitora o mercado de mais de 10.000 criptomoedas, às 10 da manhã desta segunda feira, o mercado de criptos totalizava um valor de US$ 3,7 trilhões.
Os analistas estão tendo dificuldade de encontrar uma explicação para essa alta.
Segundo a AFP Ipek Ozkardeskaya, analista de mercados para a SwissQuote:
O mercado das criptomoedas aumenta com uma velocidade assombrosa
E continua:
uma parte de especulação e uma parte de realidade
Diferente do euro ou dólar, o número de bitcoins foi fixado em 21 milhões, emitidos pouco a pouco, regra essa estabelecida na plataforma chamada blockchain desde seu desenvolvimento pelo Satoshi Nakamato, algo impossível de mudar sem controlar a integridade da rede descentralizada.
E devido a esse fato, o BTC e outras criptomoedas não correm o risco de sofrer inflação como acontece com as moedas fiduciárias, o que leva os investidores a recorrer as criptomoedas e apostar nelas como proteção contra a inflação.
Segundo Susannah Streeter, analista de mercado da Hargreaves Lansdown:
É uma estratégia muito arriscada, dada a volatilidade da criptomoeda e vendo como seu valor pode sofrer a pressão dos reguladores, ou inclusive de comentários nas redes sociais
No entanto, como bem observado no site Nox Bictoin, a tendência será que mesmo que Bitcoin permaneça com grande volatilidade, haverá redução da mesma, visto que há cada vez mais adesão à criptomoeda como investimento e fuga da inflação, inclusive causada pelo aumento de moeda fiduciária jogada na economia pelo FED.
O bitcoin (+5%, a US$ 66.035 às 10h10 GMT) se aproximou da sua máxima histórica, enquanto o ethereum, a segunda maior criptomoeda em tamanho de mercado, subiu 2%, indo para US$ 4.727.
O Bitcoin e a Ethereum representam, respectivamente, 40% e 20% do mercado de criptomoedas.
O Shiba Inu, um criptoativo criado para rivalizar com o Dogecoin, alcançou no fim de outubro um tamanho teórico de US$ 40 bilhões, tornando-se a décima maior criptomoeda, no entanto, acabou perdendo a posição após queda no valor de US$ 10 bilhões, poucos dias depois.
O analista financeiro, Ozkardeskaya, teme “uma bolha do mesmo tipo que a da Interne”, e comenta que:
É pouco provável que os campeões de hoje sejam os sobreviventes de amanhã
Já a CEO da Ark Invest, Cathie Wood, rebate essa afirmação, e diz:
Estamos em uma bolha? Não poderíamos estar mais longe disso. O investidor médio não entende como esses próximos cinco a 15 anos serão provocativos, já que essas curvas S se alimentam e entram em trajetórias de crescimento exponencial que nunca vimos antes
E continua:
as criptomoedas são muito mais do que uma reserva de valor ou ouro digital. Bitcoin é um novo sistema monetário global que é completamente descentralizado e não está sujeito aos caprichos dos legisladores
Essa última valorização poderá dar um novo fôlego ao mercado de criptomoedas, quem vem se mostrando uma alternativa à constante desvalorização das moedas fiduciárias devido à inflação e intervenções dos bancos centrais, principalmente do FED.