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Após a repercussão negativa sobre a taxação de produtos chineses, o presidente Lula pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que suspendesse a medida. No entanto, mesmo com a suspensão, o ministro afirmou que o governo ficará de olho e reforçará a vigilância para garantir que nenhuma empresa se passe por pessoa física para escapar da tributação.

“O presidente [Lula] nos pediu ontem para tentar resolver isso do ponto de vista administrativo. Ou seja, coibir o contrabando. Nós sabemos aí que tem uma empresa que pratica essa concorrência desleal, prejudicando todas as demais empresas, tanto do comércio eletrônico quanto das lojas que estão abertas aí, sofrendo a concorrência desleal dessa empresa”

declarou o ministro da Fazenda a jornalistas nesta terça (18), segundo a Agência Brasil.

Impopularidade da medida

Após o anúncio de que o governo iria taxar a importação de produtos chineses, o público reagiu de forma negativa, prevendo que isso pode prejudicá-los. A ideia original do governo era que a tributação dos produtos chineses garantisse um aumento na arrecadação.

A desculpa usada foi a de que muitas empresas estariam importando produtos se fazendo passar por pessoas físicas, a única categoria isenta de impostos dos produtos chineses (em até $ 50 por item). No entanto, mesmo essa desculpa não convenceu o público, que entendeu que seria impactado. E mesmo a tributação sobre a importação sobre as empresas os impacta.

A medida foi tão impopular, que impactou até mesmo na popularidade do presidente, que teve um aumento de 9% em sua impopularidade, chegando agora a 29%. Com isso, Lula se viu obrigado a recuar em sua decisão e suspendeu a tributação de produtos chineses por pessoas físicas.

Reação dos varejistas lobbystas

A medida de Lula no entanto acabou não agradando a todos. Os varejistas lobbystas que apoiavam a medida agora estão preocupados com a manutenção da isenção para importação dos produtos chineses por pessoas físicas. Dentre os varejistas que se manifestaram sobre o assunto, está a empresária Luiza Trajano, dona da Magazine Luíza. Junto à ela estão outros empresários membros do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).

“Seguimos acompanhando os esforços do governo e acreditamos que, juntos, governo e setor privado, acharemos uma solução para essa situação insustentável”

afirmou Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV, entidade que representa 71 empresas varejistas de diferentes setores

Em entrevista à Veja, o IDV apelou para o interesse do governo em aumentar a arrecadação. Segundo ele, a projeção é de que a evasão originada apenas no varejo digital deve alcançar entre 76 bilhões de reais e 99 bilhões de reais em 2025.

Ah, e não para por aí. Na entrevista eles também vieram com aquele papo demagogo de sempre envolvendo investimentos em saúde e educação. Segundo o IDV, os impostos sobre os produtos chineses permitiriam arrecadar dinheiro suficiente para isso. O IDV parece ignorar que há décadas o Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo e enormes gastos públicos. Além do fato do governo sempre gastar mais do que arrecada.

E mesmo assim ele nunca consegue investir decentemente nestas áreas. E quem estudou sobre o assunto a fundo sabe o porquê. O que vai acontecer na prática é que os brasileiros continuarão com as mesmas falsas promessas de sempre e pagando mais caro pelos produtos dos varejistas lobbystas protegidos pelo governo.

Como se vê, os varejistas ainda não deram o braço a torcer e farão todos os apelos possíveis para evitar a concorrência estrangeira e manter seus monopólios com preços abusivos.

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