Após lei sancionada por Bolsonaro, que exige que as empresas forneçam seguro para entregadores de aplicativos, a Uber anunciou nesta quinta-feira (7) que irá encerrar as atividades do serviço de entrega para restaurantes Uber Eats no Brasil a partir de 7 de março.
A empresa afirma que a decisão foi uma “mudança de estratégia” para focar apenas em entrega para supermercados e outras lojas, além de pacotes.
Uber vai alterar sua estratégia de delivery no Brasil, desativando o serviço de intermediação de entrega de comida de restaurante… O serviço de intermediação de entrega de comida continuará disponível até o dia 7 de março
Informou empresa durante um comunicado.
A Uber informou que irá trabalhar com a Cornershop by Uber, para serviços de intermediação de entrega de compras de supermercados, atacadistas e lojas especializadas, além também da entrega de pacotes pelo Uber Flash.
Lei sancionada por Bolsonaro exige que empresas forneçam seguros para entregadores
Nesta quarta-feira, Bolsonaro havia sancionado projeto de lei que obriga empresas de aplicativos a fornecerem serviços de seguro para seus entregadores para casos de acidente durante o período de trabalho.
De acordo com essa lei, as apólices não deverão ter franquia e deverão cobrir acidentes pessoais, invalidez permanente ou temporária e morte. A lei também obriga as empresas à assegurarem assistência financeira por 15 dias aos entregadores que forem afastados por infecção pelo coronavírus. Esse período poderá ser prorrogado para mais dois períodos de 15 dias caso seja apresentado laudo médico.
Apesar da Uber não ter citado a lei como motivo da retirada da Uber Eats do serviço de delivery, a decisão foi feita logo após o anúncio da medida sancionada pelo presidente Bolsonaro.
O projeto de lei é da autoria de Ivan Valente afiliado ao PSOL e outros 9 deputados, com relatório favorável do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O que realmente motivou a decisão de saída do Uber Eats do mercado de delivery
Apesar de muitas notícias alegarem que a saída do Uber Eats do mercado de delivery se deva à forte concorrência com o iFood, o fato é que essa nova lei tornará muito mais difícil para a Uber fazer frente a principal empresa do ramo, uma vez que o iFood conta com um maior capital para suportar os custos adicionais devido às novas exigências para as empresas de delivery.
Com a saída do Uber Eats, o iFood, que já concentrava 70% do mercado de entregas, poderá aumentar ainda mais sua participação nesse ramo.