Na última segunda, durante entrevista em uma rádio do Espírito Santo, Jair Bolsonaro afirmou que irá vetar o PL que iria liberar os cassinos no Brasil. O projeto deve ser levado à votação na Câmara ainda este ano. Bolsonaro explicou que no ano passado foi aprovado a tramitação da matéria em regime de urgência pelos deputados.
Vamos falar em números. No parlamento, foi aprovado o regime de urgência desse projeto com trezentos e poucos votos. Se eu vetar aqui, como falei que já vetaria, o veto seria derrubado lá [na Câmara], mas é uma briga interna no parlamento. A minha posição como chefe do Executivo é que os jogos de azar, no meu entender, não são bem-vindos no Brasil. É uma porteira que se abre e a gente não sabe o que pode passar depois.
disse Bolsonaro.
Pressão da bancada evangélica
A decisão de veto do presidente é devido principalmente à bancada evangélica, uma das bases de apoio do governo Bolsonaro. Tanto a ministra da Educação, Damares, quanto outro apoiador de grande destaque, Silas Malafaia, se opõem totalmente na liberação de cassinos no país.
A bancada evangélica, inclusive, conseguiu adiar a votação no dia 14 de dezembro de 2021, onde se mostraram “terrivelmente contra.” Lideranças religiosas foram à tribuna da Casa para criticar a matéria, que prevê a regulamentação de práticas como bingos, cassinos, caça-níqueis e jogo do bicho no país.
Proibição de cassinos no Brasil
Cassinos operaram legalmente até 1946, quando Eurico Gaspar Dutra o proibiu, com justificativas como “a tradição moral jurídica e religiosa do povo brasileiro”.
Demais jogos de azar, como jogos de caça-níqueis e jogo do bicho foram igualmente proibidos, este último sendo praticado às vistas grossas das autoridades. Em novembro de 2021 o jogo do bicho passou a ser regulamentado no Ceará.
A PL que visa a regulamentação dos cassinos no país é de autoria de Renato Vianna do PMDB e aprovada por grande parte do Centrão.
Apesar da Câmara dos Deputados terem aprovado urgência para a votação da PL, a bancada evangélica conseguiu fazer pressão suficiente para o adiantamento da votação, que ficou para fevereiro de 2022. Eles contam com o veto de Bolsonaro para impedir que a regulamentação dos cassinos seja aprovada no país.