A fotografia de uma placa com a frase “Alasca é Nosso”, localizada em Krasnoyarsk, na Rússia, vem viralizando e preocupando internautas. A placa apareceu na cidade um dia após o discurso do legislador, Vyacheslav Volodin, ao discursar em favor da retomada do Alasca pela Rússia.
Na ocasião, Volodin havia discursando durante uma reunião com parlamentares em Dombas, argumentando que caso os EUA persistisse com as sanções como retaliação a invasão da Rússia a Ucrânia, os russos tomariam o Alasca.
E continuou:
Originalmente parte do antigo império russo, o Alasca foi vendido aos EUA pelo czar Alexandre II, por $ 7, 2 milhões (o equivalente a $ 142,2 milhões hoje). A negociação, realizada pelo secretário de estado da época, William Seward, foi bastante impopular na época, com a imprensa o batizando de “A Loucura de Seward. O território rico em ouro tornou-se um estado em 1959.
Outros burocratas russos se mostraram favoráveis ao discurso de Volodin. Outro deputado da Duma, Pyotr Tolstoy – um bisneto do autor “Guerra e Paz” Leo Tolstoy – de forma provocativa sugeriu a realização de um referendo no Alasca.
O governador do Alasca, o republicano Mike Dunleavy, respondeu a provocação dos burocratas russos em seu tweet:
To the Russian politicians who believe they can take back Alaska: Good luck.https://t.co/5eEVfJR5r5
— Governor Mike Dunleavy (@GovDunleavy) July 7, 2022
Cresce apoio pela retomada do Alasca entre russos
Apesar de nem todos os russos apoiarem a invasão ussa a Ucrânia ou qualquer outra invasão, há um crescente apoio entre russos não só pela invasão a Ucrânia, como também pela retomada do Alasca.
No caso das placas que apareceram em algumas cidades do país em apoio a retomada do Alasca, sua distribuição foi uma encomenda de uma empresa local chamada chamada “Alasca”, que fabrica reboques.Um funcionário do fabricante de reboques explicou que o diretor da empresa é “muito patriota” e tinha “decidido mostrar que somos a favor do patriotismo” através dos outdoors.
Em uma propaganda espantosa publicada em vídeo na internet, jovens cadetes russos prometem “pegar o Alasca dos EUA” e dizem que estão “prontos para morrer por Putin”. Isso pode nos dar uma dimensão da força da propaganda ideológica e política russa nas escolas, mídia e outros meios de formação de opinião.
O mais curioso nisso, é que o vídeo foi lançado há 3 anos. Isso pode ser uma evidência de que Putin e sua cúpula já tinha planos para a retomada do Alasca. Também é possível que a invasão da Ucrânia e sua tomada pela Rússia seja um plano de longa data, fazendo parte do projeto de expansão da Rússia, como argumentaram Ayush Poolovadoo e Antony Muller, apontando o Eurasianismo como um dos fatores impulsionadores do belicismo de Putin.
Abaixo vídeo com o a propaganda em apoio a retomada do Alasca pela Rússia:
EUA mantém vigilância sobre o Alasca temendo possível invasão russa
Desde março deste ano, os EUA vem reforçando sua vigilância militar no Alasca temendo uma possível invasão russa. O governo americano já vinha mantendo vigilância há muito tempo, devido a tensões com a Rússia na disputa por rotas marítimas entre os dois países.
No entanto, a invasão da Ucrânia pela Rússia tornou a situação, que já era delicada, ainda mais tensa. Para manter a vigilância militar, os EUA vem investindo centenas de milhões de dólares na costa oeste do Alasca.
O investimento visa ampliar o porto de Nome, que pode transformar o polo de serviços de águas profundas que abastece e atende às embarcações da Marinha e Guarda Costeira americanas que navegam ao norte do Círculo Ártico.