O governo Lula bloqueou cerca de R$ 3,8 bilhões de verbas públicas, que seriam destinados principalmente para saúde e educação. Os valores seriam destinados ao funcionamento de hospitais, pagamento do Auxílio Gás e a compra de livros didáticos na educação básica. Enquanto isso, os valores herdados do Orçamento Secreto, e que continuam sendo usados como moeda de troca pelo presidente no Congresso, permanecem intocados.

A expectativa é que com a trava nos gastos, as ações do governo federal nas áreas afetadas corram o risco de paralisarem até o fim do ano ou atrasarem. Os ministérios admitem o impacto para as atividades essenciais, porém minimizam os riscos de um “apagão” nos programas até o fim do ano.

Segundo o governo, a decisão do presidente foi para garantir que a meta fiscal seja cumprida. No entanto, especialistas alertam que no próximo ano será mais difícil ainda para o governo atingir a meta fiscal, já que ele precisará por um lado atingir a meta de arrecadação de R$ 400 bilhões, enquanto evita cortar gastos com serviços essenciais. As medidas estão previstas no Arcabouço Fiscal.

Valores usados para negociação no Congresso seguem intactos

Enquanto o presidente Lula corta verbas que iriam para serviços que o governo sempre afirmou estarem entre suas prioridades, os valores herdados do Orçamento Secreto seguem intocados. Tais valores são usados pelo presidente Lula para negociar no Congresso (leia-se, comprar os congressistas), onde o petista espera apoio para votação das suas pautas.

Como Lula sabe que dificilmente conseguiria governar sem apoio do Congresso, ele não pode abrir mão da moeda de troca que são as emendas.

Ao mesmo tempo, o presidente se preocupa em conseguir a aprovação de todas as medidas necessárias para aumento da arrecadação, já que ele não pode arriscar perder apoio do seu eleitorado e das bases do seu partido e aliados. Caso ele consiga a arrecadação que espera, poderá manter os programas que são carro chefe do seu governo, bem como garantir as obras típicas do período eleitoral. A velha demagogia de sempre.

Até lá, os fiéis apoiadores e eleitores de Lula irão lidar com o risco de falta prolongada de verbas, enquanto ele negocia somas de dinheiro para comprar favores. E como sempre, estes mesmos devotos fiéis de Lula e do PT não se tocarão de que não são sua real prioridade, como ele tanto diz.

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